O papa Francisco nomeou dom Magnus Henrique Lopes bispo do Crato (CE) hoje, 12 de janeiro. Dom Magnus era até então bispo de Salgueiro (PE) e sucede na diocese cearense dom Gilberto Pastana Oliveira, que em junho de 2021 foi transferido para a arquidiocese de São Luís do Maranhão.

Dom Magnus é da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos. Em carta à diocese do Crato, recordou o “testemunho e presença histórica e evangelizadora” dos franciscanos capuchinhos “neste solo, desde os idos de 1741”. “Como são insondáveis os desígnios de Deus! Insondáveis ao ponto de me alegrar pela desadornada certeza de que aqui – onde outrora foi edificada uma simples capelinha consagrada ao Deus Uno e Trino, sob a proteção de Nossa Senhora da Penha e de São Fidelis de Sigmaringa e que, um dia, veio a tornar-se a Igreja Mãe, a Sé Catedral –, chegaria um frade capuchinho, oriundo da Província Nossa Senhora da Penha do Nordeste do Brasil, para continuar servindo ao povo de Deus com a mística franciscana, que fora meu primeiro chamado”, afirmou.

O bispo nomeado rogou “à Nossa Senhora da Penha, ao seráfico Pai São Francisco de Assis” e a todos os diocesanos para que intercedam por ele “junto ao Pai para que Ele nos conceda as graças necessárias para conduzir com sabedoria, disponibilidade, firme compaixão e ternura, esta porção amada do povo de Deus”.

“Grandes homens e mulheres plantaram neste torrão a força transformadora do Evangelho e da Fé. Muitos ficaram no anonimato e outros são lembrados na memória afetiva como um sinal de Deus. Minha alegria é saber que venho rezar e caminhar nas terras do Padre Cícero (“Meu Padim!”), e da serva de Deus Benigna, que, em suas vidas, tanto testemunharam sobre as coisas do alto. Eis o caminho para todos nós como Igreja: a santidade nas pequenas lutas diárias, passo a passo, a cada recomeço com mais Amor e Misericórdia!”

A serva de Deus Benigna Cardoso da Silva teve o martírio reconhecido pela Santa Sé em outubro de 2019. Inicialmente sua beatificação havia sido marcada para 21 de outubro de 2020, mas foi adiada por causa das medidas impostas para o combate à pandemia de covid-19. Ainda não há uma data prevista para a beatificação da menina que se tornará a primeira beata cearense.

Dom Magnus Henrique Lopes nasceu em 31 de julho de 1965, em Assu (RN). Ingressou na Ordem dos Frades Menores Capuchinhos aos 21 anos.  Estudou Filosofia na Faculdade de Filosofia de Recife (PE) e Teologia no Instituto Franciscano de Teologia de Olinda (PE). Obteve o mestrado em Psicologia no Centro de Estudos Superiores de Maceió (AL) e o mestrado em Teologia Moral na Pontifícia Academia Alfonsiana, em Roma.

Foi ordenado diácono em 25 de março de 1996, em Recife (PE), e sacerdote em 21 de dezembro de 1996, em sua cidade natal. Como padre, foi promotor vocacional na Província Capuchinha Nossa Senhora da Penha do Nordeste do Brasil (1991-1995); mestre de postulantes em Maceió (1997-1999); ecônomo em várias fraternidades provinciais capuchinhas (1989-1998); vigário paroquial e vigário conventual da fraternidade capuchinha de Maceió (1996-2001); definidor (1996-2001) e ministro provincial (2001-2007); vice-presidente da Conferência dos Capuchinhos do Brasil (2001-2007); vigário conventual e ecônomo do Convento de Santo Antônio, em Natal.

Em 16 de junho de 2010, foi nomeado o primeiro bispo da diocese de Salgueiro. Foi ordenado bispo em 17 de setembro do mesmo ano, na catedral de Nossa Senhora da Apresentação, em Natal. Escolheu por lema episcopal “Tudo posso naquele que me fortalece” (Fl 4,13). Sua posse na diocese de Salgueiro aconteceu em 12 de outubro de 2010, na mesma celebração em que foi instalada a diocese.

Confira também: