A diocese de Roma proibiu a celebração da missa tradicional anterior à reforma do Concilio Vaticano II durante o Tríduo Pascal de 2022 implementando o motu proprio Traditionis custodes ("Guardiães da tradição") do papa Francisco. O motu proprio restringiu a celebração da missa segundo o missal de 1962 e delegou ao bispo de cada diocese a autoridade para autorizar ou não a celebração da missa tradicional. O bispo de Roma é o papa, mas a administração do dia a dia da diocese é feita pelo vigário-geral, cardeal Angelo De Donatis.  

Em carta datada de 7 de outubro, o cardeal De Donatis disse que a missa tradicional pode ser celebrada em cinco igrejas da diocese de Roma todos os dias, mas não Tríduo Pascal, que vai da celebração da Última Ceia da Quinta-feira Santa à noite do Domingo de Páscoa.

Nenhum outro sacramento ou sacramental, além da missa, pode ser celebrado segundo o rito antigo, segundo determinação da diocese de Roma.

A assessoria de imprensa da diocese confirmou em 10 de novembro que a carta, endereçada aos sacerdotes e fiéis da diocese de Roma, era autêntica.

As diretrizes da diocese de Roma foram emitidas em resposta ao motu proprio Traditionis custodes do papa Francisco, publicado em julho, que impôs restrições ao uso do Missal Romano de 1962.

Em uma carta aos bispos do mundo explicando sua decisão, o papa disse que se sentia compelido a agir porque o uso do missal de 1962 era "frequentemente caracterizado por uma rejeição não só da reforma litúrgica, mas do próprio Concílio Vaticano II, alegando, com afirmações infundadas e insustentáveis, que (a reforma) traía a Tradição e a 'verdadeira Igreja'".

Respondendo ao motu proprio do papa, o cardeal vigário de Roma disse que "parecia apropriado continuar a exercer uma animada caridade pastoral para com os fiéis" que desejam participar da missa tradicional.

Ele disse que todos os sacerdotes da diocese que procuraram celebrar a Missa de acordo com o Missal de 1962 devem ter autorização por escrito dada pelo bispo diocesano, como estipulado por Traditionis custodes.

O cardeal vigário de Sua Santidade designou o pároco da igreja da Santissima Trinità dei Pellegrini, igreja dirigida pela Fraternidade Sacerdotal de São Pedro (FSSP), como responsável "pro tempore" (temporariamente) pela "celebração digna da liturgia eucarística, bem como pelo cuidado pastoral e espiritual ordinário dos fiéis" ligados à missa tradicional.

As leituras durante as missas latinas tradicionais devem ser proclamadas em italiano de acordo com a tradução de 2008 da Conferência Episcopal Italiana, acrescenta a carta de De Donatis.

O cardeal acrescentou que com o motu proprio do Papa Francisco, "não é mais possível usar o Ritual Romano e os outros livros litúrgicos do 'rito antigo' para a celebração de sacramentos e sacramentais (por exemplo, nem mesmo o Ritual para a Reconciliação dos Penitentes segundo a forma antiga)".

Publicada com efeito imediato em 16 de julho, Traditionis custodes revogou a carta apostólica Summorum Pontificum de 2007 de Bento XVI, que estendeu a todos os sacerdotes o direito de rezar a missa usando o Missal Romano de 1962.

Desde a promulgação do motu proprio, em todo o mundo alguns bispos definiram os padres que podem continuar a oferecer a Missa Tradicional Latina em suas dioceses, outros a proibiram.

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