Depois de quase 30 anos sem vocações, as religiosas dominicanas do mosteiro de Santo Domingo El Real, em Segovia, na Espanha, receberam a irmã Evelyn do Menino Jesus, que realizou seus votos perpétuos no último sábado, 3 de julho. Evelyn era protestante e se converteu ao catolicismo através de um amigo católico. Ela descobriu que “queria viver toda sua vida para Deus. Não só fazer algo de bom, como uma obra de caridade, mas oferecer toda a vida em união com Jesus”.

A religiosa nasceu em Cingapura e trabalhou como aeromoça. “Tinha toda a vida luxuosa que eu queria, mas entendi que nada podia realmente me saciar. Sempre buscava Deus, buscava a verdade, embora não fosse muito religiosa”, declarou Evelyn.

No princípio, achou que seria religiosa carmelita, no único mosteiro da ordem em Cingapura. Encontrar a sua vocação como dominicana foi um presente da universalidade da Igreja. Como aeromoça, viajava com frequência a Roma e gostava de rezar diante do túmulo de Santa Catarina de Sena, na igreja de Santa Maria Sopra Minerva. Evelyn também visitava as irmãs da Caridade de Madre Teresa de Calcutá, que lhe apresentaram o sacerdote dominicano que lhes celebra a missa diariamente. Foi ele quem a colocou em contato com a comunidade de religiosos dominicanos em Cingapura. Um dos religiosos vinha de Segóvia e a pôs em contato com o ramo feminino da Ordem dos Pregadores na Espanha.

“Quando respondo a Deus e me ponho de acordo com sua vontade, sinto-me feliz. Sou uma pecadora, mas Deus quer que eu seja como uma sentinela diante do mundo para dizer 'Deus está aqui, Deus existe, existe a eternidade'. Não tenho que falar muito, mas a existência de uma monja de clausura pode fazer mais do que se estou no mundo, por sua vida de oração, por sua vida de caridade com suas irmãs... E embora muitas pessoas não entendam nossa vocação nem saibam da nossa existência, a vocação da monja de clausura no mosteiro é como o coração de um homem: não se vê como as mãos, com os olhos... mas é vital para que o homem viva”.

“O importante é que Deus nos procura, até que a gente percebe”, afirmou. “Quando começamos a sentir que nos falta algo, porque o que temos não nos sacia, a gente tem que ser muito sincera consigo mesma e saber o que se quer de verdade. O chamado é de Deus”, disse a irmã.

Ela também falou sobre as mulheres que poderiam ter vocação: “a nossa parte é rezar muito por elas”.

A cerimônia de votos perpétuos realizou-se na igreja de São Domingos e foi presidida pelo vigário diocesano para a vida consagrada, o padre José Antonio García Ramírez, juntamente com sacerdotes diocesanos e da Ordem dos Pregadores.

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