O “possível odor de santidade” da irmã Amália de Jesus Flagelado será matéria de uma Comissão de Estudos que o arcebispo de Campinas (SP), dom João Inácio Müller criou, segundo decreto divulgado ontem (19) pela arquidiocese .

Irmã Amália, da Congregação das Irmãs Missionárias de Jesus Crucificado, teria tido uma visão de Nossa Senhora das Lágrimas em 8 de março de 1930.

Segundo o site do apostolado de Nossa Senhora das Lágrimas, em Campinas, no dia 8 de novembro de 1929, um parente da irmã Amália a procurou no convento por causa de uma doença grave de sua mulher. A religiosa foi para a capela do convento em de joelhos diante do altar, disse a Jesus Sacramentado: "Se já não há salvação para a mulher de T., eu mesma estou disposta a oferecer a minha vida pela mãe desta família. Que quereis que eu faça?"

Jesus lhe respondeu: "Se deseja obter essa graça, peça-a a Mim pelos merecimentos das Lágrimas de Minha Mãe”. A irmã Amália perguntou então como deveria rezar. E Jesus lhe ensinou as invocações: "Meu Jesus, ouvi os nossos rogos, pelas Lágrimas de Vossa Mãe Santíssima. Vede, ó Jesus, que são as lágrimas d'Aquela que mais Vos amou na Terra, e que mais Vos ama no Céu".

Ao final, Jesus disse: "Minha filha: o que os homens Me pedem pelas lágrimas de Minha Mãe, Eu amorosamente concedo.”

Em 8 de março de 1930, irmã Amália estava rezando na capela do convento, de joelhos, quando Nossa Senhora das Lágrimas apareceu “com uma túnica violeta, um manto azul e um véu branco que cobria seu peito e ombros” e entregou à religiosa a Coroa (ou Rosário) das Lágrimas e disse: “Este é o rosário de Minhas lágrimas que foi prometido pelo Meu Filho ao nosso querido Instituto como uma parte de seu legado. Ele também já lhe deu as orações. Meu Filho quer Me honrar especialmente com essas invocações e, além disso, Ele concederá todos os favores que forem pedidos pelos merecimentos de Minhas lágrimas. Este rosário alcançará a conversão de muitos pecadores, especialmente dos possuídos pelo demônio. Uma especial graça está reservada para o Instituto de Jesus Crucificado, principalmente a conversão de vários membros de uma parte dissidente da Igreja. Por meio deste rosário o demônio será derrotado e o poder do inferno destruído. Arme-se para a grande batalha".

Um mês depois, Nossa Senhora pediu a religiosa que mandasse cunhar uma medalha de Nossa Senhora das Lágrimas e de Jesus Manietado (com as mãos atadas), e que essa mesma medalha fosse muito divulgada para que o poder de Satanás no Mundo fosse vencido e acrescentou: “todos os fiéis que a trouxerem com amor e devoção obteriam inúmeras graças”.

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Após ouvir relatos de inúmeros fiéis e sacerdotes da arquidiocese de Campinas (SP) e de outras dioceses sobre a vida da religiosa, o arcebispo instalou a comissão para “averiguar a situação e proceder às diligências necessárias, conforme a orientação da igreja, para a possível abertura de processo de beatificação, em que se examinará odor de santidade ou menos, por heroicidade das virtudes evangélicas e doação de vida da referida religiosa”.

Amália Aguirre, conhecida como irmã Amália de Jesus Flagelado, nasceu em 22 de julho de 1901, em Riós, na Galiza, junto à fronteira da Espanha com Portugal. Em 1928, aos 26 anos, pertenceu ao primeiro grupo de jovens freiras, co-fundadoras da Congregação das Irmãs Missionárias de Jesus Crucificado, fundada, no Brasil, pelo segundo bispo de Campinas, dom Francisco de Campos Barreto e madre Maria Villac.  Ela fez seus votos perpétuos no dia 8 de dezembro de 1931.

 

 

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