O Conselho de Leigos Católicos (CLC) da Nigéria exigiu do governo a “prisão urgente” dos responsáveis ​​pelo massacre perpetrado numa igreja durante a missa de Pentecostes no Estado de Ondo, que deixou dezenas de mortos e feridos.

Numa carta datada de 6 de junho, assinada pelo presidente da CLC, sir Henry Yunkwap, à qual ACI Africa, agência do grupo ACI, teve acesso, os católicos leigos da Nigéria condenaram o massacre em que homens armados atiraram contra fiéis católicos e detonaram bombas na paróquia de São Francisco Xavier, em Owo, diocese de Ondo.

Além de expressar que estão "desconsolados" pelas vítimas fatais, entre as quais, segundo a mídia local, muitas crianças, a CLC exigiu às autoridades que os responsáveis sejam presos com urgência.

"O que as vítimas agora querem do governo, para que suas almas descansem em paz, é a garantia de que seus assassinos serão presos e tratados de acordo com as leis do país", destacou o CLC.

O CLC também expressou indignação com a má resposta do governo nigeriano, liderado pelo presidente Muhammadu Buhari, ao massacre de cristãos no país e exigiu ações concretas.

"Como grupo cristão e diretamente afetado por este triste incidente, não queremos apenas condenar esse ato bárbaro [...], mas usar esse meio para que o governo saiba que já suportamos bastante o massacre do nosso povo”.

“Estamos realmente cansados ​​das palavras. Queremos ação e a prisão urgente e o julgamento dos perpetradores por este ato mau”, acrescentaram os leigos católicos nigerianos.

CLC disse ainda que esta situação não só aprofunda a desconfiança da população na capacidade do governo de proteger os seus cidadãos, como pode ter consequências mais graves para a segurança social.

“Qualquer governo que não consegue oferecer segurança ao seu povo, diz indiretamente a eles para se defenderem por todos os meios que puderem”, disse CLC, destacando que as autoridades devem “ver a vida de cada nigeriano como algo muito importante, sem importar de onde ele ou ela vem”.

No dia do ataque, o diretor de comunicações da diocese de Ondo confirmou o massacre e disse que o bispo de Ondo, dom Jude Ayodeji Arogundade, exortou o povo de Deus sob seu cuidado pastoral a "respeitar a lei" e não recorrer à violência.

Por sua vez, os leigos católicos disseram que, além de se esforçar para "confortar nosso povo, também imploramos aos nossos jovens que não façam justiça com as próprias mãos", mas que deixem "Deus assumir o controle" sempre e "em todas as circunstâncias”.

“Quero reafirmar categoricamente que, como crentes em Cristo Jesus, somos chamados a ser amantes da paz e pregá-la com palavras e ações, mas isso não significa que não devemos ser sensíveis aos acontecimentos ao nosso redor e agir quando necessário”, disse o presidente do CLC.

"Para nossos líderes e todos aqueles que sentem que têm o monopólio da violência, saibam que toda vida é sagrada e que ninguém tem o direito de tomá-la sob o pretexto de diferenças religiosas, étnicas ou políticas", continuou.

O presidente da CLC também lembrou que as pessoas foram mortas por "ser cristãs" e adorar a Deus na igreja no domingo.

“Eu, em nome de todo o laicato católico da Nigéria, me solidarizo com o bispo, sacerdotes e leigos da diocese de Ondo”, disse o presidente da CLC. "Nossos corações estão com vocês. Rezamos pelas almas dos mortos e pela rápida recuperação dos feridos”, acrescentou.

Em 5 de junho, a Conferência dos Bispos Católicos da Nigéria (CBCN) publicou uma carta condenando o massacre perpetrado na Solenidade de Pentecostes, pedindo ao governo federal que persiga os criminosos responsáveis pelo ataque e “os leve à justiça”.

"Os criminosos responsáveis ​​por um ato tão sacrílego e bárbaro demonstram sua falta de senso do sagrado e temor de Deus", disse a CBCN. “Pedimos ao governo que os capture. Se o governo não agir de forma decisiva sobre um assunto tão sério, estaria promovendo a descida da ilegalidade em nossa nação", acrescentou.

A fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN) expressou o seu profundo choque e disse que o recente massacre na Nigéria faz parte dos "crimes contra os cristãos" perpetrados na nação da África Ocidental.

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