A Cáritas diocesana alertou em seu relatório “A pobreza em Roma: um ponto de vista”, que um terço dos idosos que vivem na capital italiana corre o risco de cair na pobreza e, muitas vezes, passam os seus dias sozinhos.

“Em Roma, aproximadamente 22% da população é formada por idosos, em alguns municípios são mais de 43%. Um terço dos maiores de 65 anos corre o risco de cair na pobreza”, assinalou o relatório apresentado no sábado, na Pontifícia Universidade Lateranense, durante a assembleia anual de voluntários.

Segundo o documento, nos últimos dez anos, a porcentagem de idosos cresceu 7,3%. “Eles geralmente vivem em casa sozinhos, também devido à distância e ao tráfego caótico, que desanima os filhos de visitá-los com frequência”, assinalou.

“Roma tem tantos idosos, mas não é uma cidade atenta aos idosos”, lamentou Mons. Enrico Feroci, diretor da Cáritas local.

O relatório também adverte que aumentaram “os comportamentos desesperados” e os negócios ligados aos jogos de azar e à compra de ouro. Há um “mal-estar da cidade sempre mais palpável”, que se espalhou das periferias ao centro.

“Junto com uma pobreza mais tradicional e visível”, indicou, está surgindo “uma classe de novos pobres que pagam aluguel, que trabalham ou trabalharam, mas que não têm dinheiro para viver”. Além disso, “45% dos beneficiários dos centros de acolhimento da Cáritas são italianos”.

O relatório foi apresentado uma semana antes do primeiro Dia Mundial dos Pobres, convocado pelo Papa Francisco para o dia 19 de novembro.

“Acho que foi uma grande intuição do Papa Francisco”, disse Mons. Feroci, porque para ensinar o que significa ser pobre, quis dedicar um dia aos pobres.

Segundo a Rádio Vaticano, para o diretor da Cáritas de Roma, o Papa convocou este dia “como que para dizer ‘se vocês entram em uma igreja, coloquem-se de joelhos diante da Eucaristia, do mesmo modo devem se ajoelhar diante do pobre, porque, para nós, o pobre é a presença de Deus. Isso é o que nos diz Jesus no Evangelho”.

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