O Presidente do Pontifício Conselho para a Pastoral da Saúde, Cardeal Javier Lozano Barragán, advertiu sobre o uso de eufemismos como “morte digna” para alentar a legalização da Eutanasia no mundo e precisou que a dignidade da morte depende de quão preparada esteja a pessoa para encontrar-se com Deus.

Em uma entrevista concedida a  Imprensa, o funcionário vaticano assegurou que atualmente abundam os eufemismos para encobrir a eutanásia. “A dignidade da morte significa que esta pessoa tem a capacidade de chegar ao máximo de sua maturidade para que ao transpassar o limiar, o faça em plenitude de consciência, em uma plenitude de florescimento para o Senhor”, adicionou.

“A morte é a etapa final de um percurso inicial da , onde a vida floresce e não termina, floresce em uma plenitude que se prolongará para sempre, de maneira que quem não tem fé pensa que a morte seja como a que acontece a um animal, que morreu e se acabou, pelo contrário nós em nossa fé sabemos que não á assim”, explicou.

Segundo o Cardeal, “estamos em um processo de crescimento assim como uma árvore floresce e dá fruto. Nosso florescimento se vai ampliando cada vez  mais na vida, floresce plenamente na morte e dá fruto, o fruto de tudo aquilo que vai se concentrando na vida e floresce nesse momento”.

O Cardeal mexicano pediu procurar avanços nos cuidados paliativos para “resolver os problemas da dor e que a pessoa tenha major consciencia e possa estar mais unida a Cristo na Cruz e assim possa estar mas conciente do início da ressurreição”.

O Cardeal Lozano também recordou o drama de Terry Schindler-Schiavo, uma mulher americana com uma severa paralisia a quem “deixaram morrer” de fome e sede a pedido de seu marido, e assegurou que “a mataram” ao suspender sua alimentação e hidratação.

Segundo o Cardeal, “a hidratação e a alimentação jamais se consideram remédios”. “tirá-las significa eutanásia, significa matar, ou seja que a esta senhora a mataram de fome e sede, deixemos os eufemismos, mataram-na” por interesses alheios, indicou.

O Cardeal Lozano esclareceu que “a lei é um ordenamento de razão que procura o bem comum e não o mal comum mas muitas vezes há leis que se dizem leis mas não são senão normas arbitrárias. De fato o Presidente dos Estados Unidos estava contra esta decisão judicial porque tinha a consciência suficiente para dar-se conta de que era incorreto”, indicou.

Do mesmo modo, recordou que “um médico é um frustrado sempre se não for alguém com fé. A técnica mais adiantada, a medicina mais evoluída tem na porta de saída a gargalhada irônica da morte, pelo contrário uma pessoa com fé diz não à morte”.