O arcebispo de Budapeste, Cardeal Péter Erdő, descartou a possibilidade de que protestantes e ortodoxos participem da eucaristia no próximo Congresso Eucarístico Internacional na Hungria. "Por parte da igreja protestante e dos ortodoxos, não há desejo de uma intercomunhão que preceda a plena unidade da Igreja na Hungria", disse Erdő em entrevista à revista Herder Korrespondenz. A pergunta foi feita porque protestantes receberam a comunhão publicamente na missa de encerramento do Congresso Ecumênico de Frankfurt, no último dia 15 de maio. “Percebemos essa tendência em alguns cristãos evangélicos luteranos, mas é bastante raro”, completou o cardeal.

Erdö citou o ensinamento do Concílio Vaticano II, afirmando que a assembleia eucarística é, por um lado, a "fonte da unidade cristã" e, por outro, a "expressão da plena comunhão da Igreja". "Todas as soluções legítimas" se encontram “nesta zona de tensão”, acrescentou Dom Erdő.

No Congresso Ecumênico de Frankfurt seus presidentes, o católico Thomas Sternberg e a luterana Bettina Limpert, trocaram suas identidades confessionais. Sternberg participou de uma ceia protestante e Bettina Limpert recebeu a sagrada comunhão na catedral de Frankfurt.

O congresso Eucarístico de Budapeste deveria ter ocorrido originalmente em 2020, mas foi adiado para 2021 devido às medidas de combate à covid-19 e ocorre nos próximos dias 11 e 12 de setembro.

O evento, que espera a participação de fiéis dos cinco continentes, será inaugurado no dia 5 de setembro em cerimônia que contará com um coral de mil cantores. Será uma missa da qual participarão crianças de escolas católicas que receberão ali a Primeira Comunhão.

Entre os participantes do congresso estarão o prefeito emérito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, cardeal Robert Sarah, o arcebispo de Cebu, Filipinas, dom José Palma, e o arcebispo de Seul, na Coreia do Sul, cardeal Andrew Yeom Soo-jung, o primeiro líder católico a cruzar a fronteira com a Coreia do Norte, como bispo, em maio de 2014. Também é esperada a presença do patriarca iraquiano dos caldeus, cardeal Louis Raphael Sako.

O cardeal Péter Erdő celebrará missa no dia 11 de setembro, na praça Kossuth, antes de uma procissão à luz de velas que seguirá até a praça dos Heróis. A praça traz estátuas das grandes personalidades da história da Hungria incluindo os santos católicos como Santo Estêvão e São Ladislau I.

Da missa de encerramento com o papa Francisco participarão a orquestra da Ópera Húngara com 120 membros e um grande coral com mais de dois mil cantores vindos de toda a Hungria.

 

 

Confira também: