O cardeal Mauro Gambetti, novo arcipreste da Basílica de São Pedro, reiterou a proibição da celebração de missas sem público nos altares laterais da basílica assim como a restrição da celebração de missas na forma extraordinária que agora só podem ser celebradas nas grutas do Vaticano.

Em março, a Secretaria de Estado publicou uma comunicação publicada na sacristia da Basílica de São Pedro restringindo a celebração de missas individuais nos vários altares laterais da basílica. A comunicação dizia que o motivo da mudança era garantir que as missas na Basílica de São Pedro acontecssem “num clima de recolhimento e decoro litúrgico".

As missas privadas ficaram restritas às Grutas do Vaticano, capelas que ficam sob a basílica de São Pedro. A missa na forma extraordinária ficou limitada à capela Clementina, nas Grutas vaticanas. Os sacerdotes ficaram obrigados a concelebrar em uma das missas de língua italiana que já constam no horário normal da Basílica.

A carta da Secretaria de Estado não tinha assinatura, só as iniciais do arcebispo Edgar Peña Parra, da Secretaria de Estado, que não é o setor responsável pelas celebrações litúrgicas.

O documento não foi endereçado ao Cardeal Gambetti, embora ele tivesse sido nomeado Arcipreste da Basílica de São Pedro em fevereiro, mas ao arcebispo Mario Giordana, comissário extraordinário da Fábrica de São Pedro. A Fábrica de São Pedro não trata de celebrações litúrgicas na basílica.

A proibição de missas privadas e na forma extraordinária foi criticada pelos cardeais Joseph Zen, Robert Sarah, Raymond Burke, Gerhard Müller e Walter Brandmüller.

Agora, o Cardeal Gambetti defendeu a obrigatoriedade da concelebração da Missa. "É preciso ressaltar que sempre que os ritos, de acordo com sua natureza específica, preveem uma celebração comunitária envolvendo a presença e a participação ativa dos fiéis, esta forma de celebração deve ser preferida, na medida do possível, a uma celebração que seja individual e quase privada", escreveu Gambetti. "Isto se aplica com particular ênfase à celebração da missa e à administração dos sacramentos, ainda que cada missa tenha por si uma natureza pública e social".

Essas diretrizes constam da Sacrosanctum Concilium, a constituição do Concílio Vaticano II sobre Liturgia. Para Gambetti, "sempre que possível, é mais que apropriado que os padres concelebrem, também devido ao fato de que uma alternância regular do presidente é prevista para as concelebrações que já acontecem regularmente na Basílica de São Pedro".

Ele disse que o mesmo princípio se aplica a indivíduos e grupos de católicos, que são convidados a participar da mesma missa "para que ela seja uma expressão de fraternidade e não de particularidades que não refletem o sentido de comunhão eclesial manifestado pela celebração eucarística".

Gambetti observou que são permitidas algumas exceções a estas disposições, no entanto, para "acolher e integrar, na medida do possível, os desejos particulares e legítimos dos fiéis".

Ele enfatizou a importância de compreender a linguagem da liturgia, e "o valor pastoral que a celebração eucarística pode ter para um grupo de peregrinos", quando celebrada em sua língua nativa.

"Estou confiante que o caminho iniciado favorecerá para cada sacerdote e cada fiel a possibilidade de viver as celebrações em São Pedro de uma maneira cada vez mais ordenada para o bem, para a beleza e para a verdade", concluiu Gambetti.

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