O perito psiquiatra americano Richard Fitzgibbons, especialista no tratamento de sacerdotes que cometeram abusos contra menores, explicou que o Secretário de estado, Cardeal Tarcisio Bertone, tem razão ao vincular a pedofilia com a homossexualidade.

O Dr. Richard Fitzgibbons explicou à agência ACI Prensa que "os comentários do Cardeal Bertone se sustentam totalmente no estudo John Jay e na experiência clínica. De fato, todos os sacerdotes que tratei que estão envolvidos sexualmente com crianças estiveram envolvidos previamente em relações homossexuais adultas".

Desde 1988 este psiquiatra foi diretor do Comprehensive Counseling Center em West Conshohocken, Pensilvânia ele é também consultor da Congregação para o Clero.

Em uma carta que escreveu aos bispos em 2002, o Dr. Fitzgibbons explica que nos sacerdotes com estes problemas se podia apreciar "uma dor emocional profunda" durante a infância, problemas em sua relação com os pais, rechaço de seus semelhantes, falta de confiança masculina e pobre auto-estima. Estas experiências, assinalava o médico, faziam que os sacerdotes dirigissem sua tristeza e amargura contra a Igreja, seus ensinos em moral sexual e o Magistério.

A carta também afirma que este tipo de sacerdotes envolvidos em abusos de menores "negam com freqüência o pecado em suas vidas. Com freqüência rechaçam examinar sua consciência, aceitar os ensinos da Igreja em temas morais como guia de suas ações ou acudir regularmente ao sacramento da reconciliação".

Uma característica negativa destes presbíteros, diz o experiente psiquiatra, é "que também se negam procurar direção espiritual ou escolhem um diretor espiritual ou confessor, que abertamente se rebela ante os ensinos morais ou de sexualidade da Igreja".

Ao ser perguntado pela ACI Prensa sobre alguns novos dados da publicação da carta, o Dr. Fitzgibbons enfatizou o problema do narcisismo: "esta debilidade epidêmica da personalidade no ocidente predispõe aos indivíduos à ira excessiva, à própria adoração, à rebelião contra Deus e sua Igreja, particularmente em relação à moral sexual".

Ao explicar os dados do estudo dos investigadores do projeto John Jay, o psiquiatra assinala que 81 por cento das vítimas de abusos sexuais cometidos por membros do clero são crianças ou adolescentes varões. Destes, 51 por cento entre 11 e 14 anos, 27 por cento entre 15 e 17, 16 por cento entre 8 e 10; e 6 por cento abaixo de 7 anos.

Depois de assinalar que no caso de que existam sacerdotes com atração sexual por pessoas do mesmo sexo, é vital que eles recebam atenção psiquiátrica, o Dr. Fitzgibbons assegura que "observamos que muitos sacerdotes crescem em santidade e felicidade em seu ministério como resultado da cura de sua insegurança masculina sofrida quando eles foram meninos ou adolescentes, da solidão e da ira, e em conseqüência, também de sua atração pelo mesmo sexo".