A deputada Gabriela Quiroga, do Partido da Revolução Democrática (PRD), apresentou, em 23 de setembro, uma proposta para reformar a Lei de Saúde da Cidade do México, para que as cirurgias de mudança de sexo sejam pagas com recursos públicos.

O projeto busca fazer com que o sistema de saúde da Cidade do México realize procedimentos como a remoção da vagina ou do pênis, bem como a conversão de um clitóris em um pênis.

Depois de lembrar que a Cidade do México reconheceu como direitos, entre outros, o chamado casamento homossexual, a deputada do PRD disse que “demos passos importantes no cuidado da população transexual, como, por exemplo, a provisão de tratamentos hormonais e a mudança de nome nas certidões de nascimento, bem como na defesa de seus direitos para evitar atos de discriminação”.

Quiroga lembrou que Claudia Sheinbaum, chefe de governo da Cidade do México e membro do partido do presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, ofereceu construir uma clínica exclusiva para pessoas "trans" em 2019.

O custo médio da cirurgia de mudança de sexo, segundo Quiroga, seria de 500 mil pesos mexicanos (cerca de 25 mil dólares).

Para Marcial Padilla, diretor de Consciência e Participação (ConParticipação), a proposta da deputada do PRD “é um manifesto político, não é uma iniciativa social. O que ela quer é atrair refletores para adquirir, por assim dizer, uma autoridade liberal e social. Mas está usando pessoas para alcançá-lo”.

Em diálogo com o Grupo ACI, Padilla advertiu que o projeto de Quiroga “não busca ajudar as pessoas com confusão sexual. Este busca deixar um sinal para todos os outros cidadãos da capital de que a sexualidade seria caótica e desconectada, que, na verdade, a pessoa poderia modificar o corpo de acordo com sentimentos e emoções, como uma forma equivalente, e esta é a palavra-chave de viver a sexualidade".

"Essa iniciativa da deputada tenta, dolorosamente, pensar nas cirurgias sem dar às pessoas o que elas realmente precisam", lamentou.

O que estas pessoas realmente precisam, disse, é de "atendimento e programas psiquiátricos e psicológicos para essas dificuldades".

Além disso, continuou: "Os cidadãos e suas famílias devem ser ajudados, para que não sejam desprezados nem se encontrem em uma situação vulnerável".

É necessário ajudá-los “a encontrar um emprego digno, para que não aconteça, como às vezes vemos, que terminem lhes oferecendo as redes de prostituição”, finalizou.

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