Os bispos da Venezuela viajarão ao Vaticano para informar ao Papa Francisco sobre a vida da Igreja local e a situação do país, “atingido pela grave crise” que, além da escassez de medicamentos e alimentos, provocou o êxodo de centenas de milhares de pessoas.

Em uma carta publicada em 9 de julho, os bispos anunciaram que no próximo dia 10 de setembro terão um encontro com o Santo Padre, durante uma visita ad limina, para ter “um diálogo fraterno sobre a vida da Igreja em cada realidade diocesana e sobre a situação do país”.

“A ele e aos seus colaboradores mais próximos, faremos sentir a vontade de liberdade, justiça e paz de todo o nosso povo, atingido pela a crise que vive a nação. Com toda certeza, levaremos a voz da parte mais pobre e menor da nossa sociedade venezuelana”, afirmaram.

Na carta, publicada no site da Conferência Episcopal Venezuelana (CEV),  também asseguram que o Pontífice “nos dará uma mensagem para orientar e iluminar a nossa vida eclesial e o trabalho da Igreja na Venezuela para os próximos anos”.

Nesse sentido, assinalaram que a visita ad limina também será para confirmar “a nossa comunhão com o Papa Francisco, que sempre demonstrou uma séria e determinada preocupação pela Venezuela, a qual agradecemos de todo o coração”.

Do mesmo modo, indicaram que um relatório foi enviado ao Vaticano sobre “a vitalidade de cada Igreja particular, a riqueza de seu povo, seus agentes pastorais, instituições, atividades e realizações”, o qual “é examinado pelos diferentes organismos da Cúria Romana”.

Além do relatório, indicou a CEV, os bispos levarão “as inquietudes, as angustias, os problemas graves, grandes esperanças e alegrias de nosso povo”.

“Esta visita é uma resposta à graça de Deus que nos convida a fortalecer o nosso ministério como pastores e para receber novas luzes para o bem de nosso trabalho pastoral e em favor do povo venezuelano”, afirmaram.

Na segunda-feira, a Assembleia Nacional – controlada pela oposição – informou que a inflação na Venezuela atingiu o recorde de 46,305% nos últimos doze meses.

Segundo o relatório do Parlamento, a inflação aumentou em junho e os preços subiram em média 128,4%. Em maio o aumento foi de 110,1%.

Embora o Fundo Monetário Internacional (FMI) preveja que a hiperinflação ultrapasse os 13.800% neste ano, os deputados da oposição calculam que possa chegar entre 100.000% e 300.000%.

O Banco Central da Venezuela deixou de publicar informações oficiais sobre os resultados da economia em fevereiro de 2016.

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