Frente às recentes denúncias de abusos cometidos por membros da Igreja e acusações ao Papa Francisco de encobrimento, o Bispo de Leiria-Fátima, Cardeal António Marto, recordou o apelo de Nossa Senhora de Fátima a rezar pelo Pontífice.

O Purpurado fez referência a estes casos ao final da Santa Missa que presidiu no domingo, 2 de setembro, no Recinto de Oração do Santuário de Fátima. Nesta ocasião, exortou os fiéis a manifestarem sua “profunda comunhão” e o “apoio total” ao papa Francisco que está a ser vítima de um “ataque ignóbil e organizado”.

Conforme informa o site do Santuário, antes da bênção final, Dom Marto dedicou algumas palavras a fazer “um esclarecimento e um pedido”.

“Todos nós sabemos que estamos a viver um momento muito doloroso para a nossa igreja por causa dos escândalos de abuso de menores cometidos por responsáveis da igreja, em particular nos Estados Unidos e na Irlanda”, afirmou.

Acrescentou ainda que é um momento “igualmente doloroso porque estamos a assistir a um ataque ignóbil e organizado contra a pessoa do Santo Padre, procurando pôr em causa a sua credibilidade e procurando criar uma divisão na igreja”.

Nesse sentido, declarou: “Queria recordar que Nossa Senhora aqui em Fátima, há cem anos, veio pedir oração e penitência pelos pecados do mundo e da igreja para que não se repitam mais estes escândalos e veio pedir também para que a igreja permanecesse unida ao Santo Padre e não se deixasse dividir”.

“Lembro aquela visão da Jacinta que contava à Lúcia que via o Santo Padre a ser agredido e a ser insultado. É isso que está a acontecer!”, completou.

O Cardeal, então, exortou: “Daqui de Fátima vamos dizer ao Santo Padre que escutamos o seu apelo na carta que escreveu ao povo de Deus para todos, todos, nos empenharmos na criação de uma cultura de proteção e prevenção dos menores para que nunca mais se repitam estes escândalos na Igreja e dizer-lhe também, que rezamos por ele para que Deus, por intercessão de Nossa Senhora, proteja-o, à sua pessoa, ao seu ministério e à reforma da igreja que ele está a realizar”.

Em 25 de agosto, Dom Carlos Maria Viganò, que foi Núncio Apostólico nos Estados Unidos entre 2011 e 2016, publicou um testemunho, no qual acusou vários sacerdotes, bispos e cardeais de encobrir as denúncias de abusos sexuais que pesam sobre o ex-cardeal Thedore McCarrick, Arcebispo Emérito de Washington.

O ex-núncio nos Estados Unidos disse ainda que em março de 2013, pouco depois de sua eleição como Pontífice, Francisco retirou as supostas sanções que seu predecessor, Bento XVI, teria imposto a McCarrick e teria o convertido em “seu conselheiro de confiança”.

Em junho deste ano, o Secretário de Estado do Vaticano, o Cardeal Pietro Parolin, seguindo ordens do Papa Francisco, proibiu a McCarrick de exercer o ministério público, depois que uma investigação realizada pela Arquidiocese de Nova York descobriu que uma acusação de abuso sexual a um menor era "crível e comprovada".

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