O Bispo auxiliar de Braga (Portugal), Dom Nuno Almeira, percorreu pela primeira vez, a pé, o Caminho de Santiago de Compostela e assinalou que está foi uma experiência que considera “um treino para a vida”.

O Prelado partiu de Pontevera, no noroeste da Espanha, a cerca de 70 km de Santiago de Compostela, e seguiu por um dos diversos caminhos que levam até o túmulo do apóstolo São Tiago, cuja festa litúrgica é celebrada neste dia 25 de julho.

Em declarações à Agência Ecclesia, do episcopado português, Dom Nuno contou que fez o trajeto acompanhado por um sacerdote, um diácono e uma leiga e juntos seguiram esta peregrinação de “contemplação” e despojamento.

Segundo o Bispo, ele já “tinha o desejo no coração há muitos anos” e, neste ano, pensou que deveria realiza-lo. “Precisava de treino intenso da fraternidade mística que o Papa nos fala”, assinalou.

Dom Nuno descreveu que “foi peregrinar em atitude de oração, fazer esta experiência, por um lado a contemplação, mas depois o amor concreto no esforço e atenção aos outros, no esquecimento de nós próprios para ajudar outros a caminhar”.

O Prelado narrou que buscou uma preparação espiritual mais intensa do que fisicamente. “Tentei encontrar a roupa e o calçado adequado e fui fazendo o caminho com esta grande vontade a partir de dentro”, afirmou.

“Só senti o cansaço e o calor, mas houve momentos em que parecia que o albergue não chegava”, admitiu.

Foi na última etapa da peregrinação, já podendo avistar a Catedral de Santiago, que o Bispo disse ter sentido uma grande experiência de fraternidade, quando teve contato com outros grupos, inclusive um de seminaristas de Braga “que ainda não conhecia”.

“Nesses quilômetros – recordou – o grupo aumentou, nessa última etapa, Deus nos dá irmãos e irmãs, senti que era esse o objetivo; Deus coloca pessoas, também na nossa vida, e estamos disponíveis”.

Para o Prelado, esta peregrinação o ensinou a “não programar demasiado” e, mesmo em seu ministério episcopal, “estar aberto às surpresas de Deus”.

“A nossa vida, o nosso magistério é ligado a um território, a uma diocese, a uma cultura e tradições como no Minho, e que é muito belo, mas a dimensão de peregrinação anima e este aspeto às vezes está esquecido”, completou.

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