Dom Ricardo García García, bispo da Prelazia Apostólica de Yauyos, Peru, alertou sobre os perigos do comunismo e o marxismo para a fé, a Igreja e a liberdade, no contexto do segundo turno das eleições presidenciais no país. “Um dos candidatos é assumidamente marxista-leninista e isso contradiz os princípios da nossa fé. É algo muito perigoso”, disse o bispo.

Pedro Castillo, do partido comunista Perú Libre, é ligeiramente favorito, segundo as pesquisas, no segundo turno da eleição presidencial do Peru que ocorre no próximo dia 6 de junho. Ele tem 51% das intenções de voto contra Keiko Fujimori, do partido Fuerza Popular

“Na verdade, eu nunca falo de política. Costumo falar de Deus e sou bispo para todos. Mas acho que agora a situação é preocupante porque, tenho que ser claro, tem um candidato que está falando em não respeitar a Constituição, em fazer uma série de mudanças nas instituições do Estado, e isso preocupa. Isso me assusta”, disse o bispo em declarações a uma mídia local em 20 de maio.

“É por isso que convido os cidadãos a pensarem em como votam, em quem votam. Não se trata de eu anunciar alguém. Só quero defender a democracia, a Constituição e a Igreja”, acrescentou.

Dom García disse que “no plano de governo de um dos candidatos fala-se em romper o acordo Igreja-Estado, que tem funcionado muito bem, dizendo coisas falsas, como que nós bispos recebemos salários milionários. É mentira, eu nem recebo salário do Estado”.

Embora o Perú Libre diga estar trabalhando em um novo plano de governo para moderar sua posição, o texto publicado no site do partido diz que se deve “abolir o convênio com a Santa Sé, um acordo que exonera a Igreja Católica de impostos e a torna beneficiária de altos salários”.

O Bispo disse que a isenção de impostos é o que permite à Igreja fazer o vasto trabalho social que desenvolve para os mais necessitados no país.

Dom García convidou “os cidadãos a pensar. Eu acho que é preciso ver quem protege a liberdade, a liberdade de culto, a liberdade de educação, quem respeita a estrutura do Estado e como ele está organizado”.

“Muitas coisas têm que mudar, claro que sim. Claro que têm coisas que melhorar. Existe a pobreza, existem muitas deficiências. É por isso que precisamos de um governo de unidade nacional que nos permita unir forças para seguir em frente. Vamos ver quem pode representar essa necessidade. Façam o seu julgamento”, concluiu.

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