O Bispo de Posadas, Dom Juan Rubén Martínez, chamou os fiéis a diferenciar uma “legítima secularização" do secularismo, porque enquanto a primeira significa “a necessária autonomia das realidades temporárias e a liberdade com que Deus nos criou”, a segunda é a concepção “da vida humana, pessoal e social, à margem de Deus”, com uma “crescente indiferença religiosa”.

“Distinta a esta justa secularização, é o secularismo, o maior problema a encarar em nosso tempo, porque desconhece a Deus, omite-o, nem sequer o discute”, explicou, e indicou que este “esquecimento de Deus, fundamento último de todo valor ético, comporta o risco de alimentar nos homens a auto-suficiência e absolutizar o poder, o dinheiro a mera eficiência ou o Estado mesmo”.

O Prelado também lamentou a multiplicação das propostas religiosas que não respeitam “a justa autonomia das leis naturais”, e que dá lugar a “uma espécie de proselitismo religioso que abunda em promessas de curações, milagres e sanações que parecem mais um negócio religioso e ofertas de multi-consumo”.

Dom Martínez explicou que no caso da Igreja, é prudente e exigente na hora de reconhecer os milagres. Do mesmo modo, recordou que em Aparecida (Brasil), o Papa Bento XVI assinalou que “a evangelização ‘não’ pode ser uma ação proselitista”.

“Um discipulado que nos ajude a amadurecer nossa fé, não pode deixar de ordinário de integrar a dor, o sofrimento, a enfermidade, ‘a cruz’ como parte do caminho pascal”, indicou.