O Bispo de Osnabrück e vice-presidente da Conferência Episcopal Alemã, Dom Franz-Josef Bode, propôs que os casais do mesmo sexo recebam uma bênção católica, diferente do matrimônio, e que a Igreja revise o seu ensinamento sobre a homossexualidade.

Em uma entrevista concedida ao jornal alemão ‘Neue Osnabrücker Zeitung’, publicado em 10 de janeiro, o Prelado questionou: “Não há muita coisa positiva, boa e correta (sobre as relações homossexuais) as quais devemos fazer justiça? Por exemplo, é possível pensar em uma bênção, que não deve ser confundida com uma cerimônia de matrimônio”.

O bispo alemão questionou por que “uma relação entre pessoas do mesmo sexo é classificada primeiramente como um pecado grave na Igreja”. Disse que deveria se perguntar “como podemos pensar de maneira diferente sobre as relações entre duas pessoas do mesmo sexo”.

Referindo-se à recente aprovação do casamento homossexual na Alemanha, o Prelado disse que, embora esta nova norma responda a uma “igualdade matrimonial”, é diferente do que a Igreja assegura que é o matrimônio, mas constitui uma “realidade política” que deve ser levada em consideração.

“Devemos nos perguntar como nos encontramos com as pessoas que têm este vínculo, alguns dos quais estão dentro da Igreja. Como nós os acompanhamos pastoral e liturgicamente? Como ajudamos a fim de que haja justiça para eles?”, disse o vice-presidente da Conferência Episcopal Alemã.

A Igreja, afirmou o Prelado, deve debater estas perguntas detalhadamente, em vez de “mantê-las em silêncio e tratá-las como um tabu”.

O ensinamento da Igreja

O ensinamento católico sobre homossexualidade está resumido em três números do Catecismo da Igreja Católica; 2357, 2358 e 2359. Nesses artigos, a Igreja ensina que os homossexuais “devem ser acolhidos com respeito, compaixão e delicadeza” e que “evitar-se-á, em relação a eles, qualquer sinal de discriminação injusta”.

A homossexualidade, como tendência, é “objetivamente desordenada” e “constitui, para a maior parte deles, uma provação”.

Apoiando-se na Sagrada Escritura, “a Tradição sempre declarou que ‘os atos de homossexualidade são intrinsecamente desordenados’”, “não procedem duma verdadeira complementaridade afetiva sexual l”, portanto, “não podem, em caso algum, ser aprovados”.

“As pessoas homossexuais são chamadas à castidade” e “pelo apoio de uma amizade desinteressada, pela oração e pela graça sacramental, podem e devem aproximar-se, gradual e resolutamente, da perfeição cristã”.

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