Os bispos dos Estados Unidos expressaram nesta segunda-feira sua decepção com o anúncio do presidente Joe Biden de que manterá o número de refugiados em um mínimo histórico até maio de 2021.

“O número de refugiados que serão acolhidos este ano é muito menor do que podemos fazer como país e não é uma resposta adequada à imensa necessidade de realocação”, disse dom Mario Dorsonville, bispo auxiliar de Washington DC e presidente do Comitê de Migrações do Episcopado dos Estados Unidos (USCCB).

"As terríveis circunstâncias que os refugiados e asilados enfrentam têm sido de particular preocupação para a Igreja Católica", acrescentou.

Na sexta-feira, 16 de abril, o governo Biden anunciou que não aumentará o limite de admissões de refugiados para o resto do ano fiscal de 2021. O limite atual de 15 mil refugiados é o mais baixo já registrado.

Os Estados Unidos aceitaram 2.050 refugiados no atual ano fiscal, segundo o Comitê Internacional de Resgate. Em fevereiro, o presidente Biden prometeu aumentar o limite de refugiados para 62.500. Na celebração do 40º aniversário dos Serviços Jesuítas para Refugiados em novembro, Biden prometeu eventualmente elevar o limite para 125 mil.

Atualmente, o limite de admissão de refugiados é de 15 mil, estabelecido pelo governo do ex-presidente Donald Trump. Este último reduziu progressivamente o limite de admissão de refugiados em cada ano de governo.

Na noite de sexta-feira, a Casa Branca disse que aumentaria o limite de refugiados em maio.

"Devido ao estado do programa de admissão de refugiados que herdamos, e às cargas sobre o Escritório para a Realocação de Refugiados, seu objetivo inicial [de Biden], de 62,5 mil, parece pouco provável", afirmou a Casa Branca na "Determinação Presidencial de Emergência sobre Admissões de Refugiados para o ano fiscal 2021”.

A Casa Branca também indicou que permitiria que os refugiados fossem para os Estados Unidos de regiões antes vetadas. Está previsto que os voos destas regiões comecem em alguns dias.

"Assim que isso for feito, esperamos que o presidente estabeleça um limite máximo de refugiados para o restante deste ano fiscal antes de 15 de maio", declarou a Casa Branca.

Dom Dorsonville expressou o desejo da USCCB de que o governo finalmente aumente o limite de refugiados para 125 mil.

“Dado o número sem precedentes de famílias de refugiados que procuram novos lares depois de serem perseguidas por motivos religiosos, políticos e de outros tipos, apreciamos que o programa de admissão de refugiados dos Estados Unidos oferecerá aos refugiados previamente excluídos a oportunidade de realocação no país”, afirmou dom Dorsonville.

De acordo com a agência de refugiados da ONU (ACNUR), o número de pessoas deslocadas à força era de quase 80 milhões no final de 2019; 26 milhões deles eram refugiados.

“O trabalho dos bispos católicos dos Estados Unidos para ajudar e defender os imigrantes e refugiados se baseia no reconhecimento de que cada pessoa foi criada à imagem de Deus e deve ser valorizada, protegida e respeitada pela dignidade inerente que possui”, concluiu dom Dorsonville.

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