Dom Georg Ganswein, Prefeito da Casa Pontifícia e secretário pessoal de Bento XVI revelou que o Papa Emérito tem um caderno de anotações que utiliza para as suas homilias.

Em uma entrevista recente concedida a Martin Rothweiler da EWTN em alemão, por ocasião dos 90 anos do Sumo Pontífice Emérito, Dom Ganswein relatou como são os domingos, no mosteiro Mater Ecclesiae no Vaticano.

“Normalmente estamos presentes somente eu e as Memores”, religiosas que servem a Bento XVI, além de algum convidado que, caso seja sacerdote, pode concelebrar.

“Prega sempre de forma improvisada. É verdade que tem um caderno com as anotações para as suas homilias. Eu também me perguntei: O que há nessas anotações? Um dia gostaria de pedir-lhe se não poderia dar uma olhada nas anotações que nós fizemos, no sentido de uma aprovação. Não sei se esse dia chegará”, compartilha o Prefeito da Casa Pontifícia.

O Arcebispo recorda na entrevista que conheceu Bento XVI “através dos seus escritos. No final do liceu, meu pároco me deu ‘Introdução ao Cristianismo’ e disse: ‘Você tem que ler isso! Isto é o futuro!’. E eu disse: ‘Sim, e você já leu?’. ‘Não, mas você deve lê-lo!’”.

O Prelado explicou que muitas pessoas pedem para se encontrar com o Papa Emérito no mosteiro do Vaticano, onde ele vive, e que recebe muitas cartas do mundo inteiro.

Também recorda o seu papel fundamental para a compreensão do terceiro segredo de Fátima, que interpretou durante o pontificado de São João Paulo II quando era o Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé.

“Toda interpretação teológica deve ser feita em um determinado contexto. Neste caso, foi uma interpretação atual do Terceiro Segredo, que obviamente estava relacionada a João Paulo II, com a conversão da Rússia e, olhando para trás, também com a Segunda Guerra Mundial”.

O Arcebispo aproveitou para responder algumas críticas que assinalam que a Santa Sé não publicou o terceiro segredo de Fátima completo e assinalou que isso “não é verdade, todo o segredo já foi publicado”.

Dom Ganswein também contou que Bento XVI “queria ter mais tempo livre para terminar de escrever o seu livro sobre Jesus. E aconteceu algo diferente. Acho que com a morte de São João Paulo II esperava que o novo Papa o deixasse no merecido descanso. Novamente, aconteceu o contrário e ele se tornou Papa. O Senhor o chamou novamente ao seu serviço. Ele fazia projetos, mas alguém fazia projetos para ele”.

“Para o Papa Bento uma palavra importante sempre foi a alegria. Sempre falou sobre a alegria da fé, não do peso, da necessidade, mas da alegria da fé: porque um fruto importante da fé é a alegria”.

O Prefeito da Casa Pontifícia comenta também que “é um grande dom poder conhecê-lo pessoalmente e aprender algo novo de sua pessoa. Por isso, sou muito grato”.

“Sou consciente desta graça e por isso agradeço ao bom Deus todos os dias”, concluiu.

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