Para realizar uma conscientização sobre o fenômeno da imigração, o Departamento de Mobilidade Humana da Arquidiocese de Santiago (Chile) fez um remake da música "I still haven’t found what I’m looking for" da banda irlandesa U2, com coros paroquiais compostos por imigrantes.

A iniciativa surgiu após uma pesquisa realizada pela igreja em 2018, que revelou que os coros paroquiais são um dos principais espaços que integram os imigrantes quando chegam numa comunidade.     

Assim, cerca de 30 colombianos, cubanos, equatorianos, alemães, haitianos, venezuelanos, entre outras nacionalidades, membros de onze paróquias de Santiago, junto com a banda chilena "Lemon", que faz tributo ao U2, se reuniram na paróquia Latino-americana para recriar a música do álbum The Josue Tree de 1987.

O vídeo chileno é parecido com o original gravado em 1988 por U2 e um coral gospel de uma igreja no Harlem, Nova York, que se tornou parte do documentário Rattle and Hum.

Segundo o diretor do Instituto Católico Chileno de Migração (INCAMI), Pe. Marcio Toniazzo, através da música "quisemos nos comunicar com a sociedade e integrar o cultural de uma forma moderna, oferecendo esta música, fazendo algo parecido com o que o U2 fez há 30 anos".

Padre Toniazzo disse que uma das riquezas dos imigrantes é que "eles são muito mais dinâmicos no aspecto religioso. Eles têm mais expressões para viver a sua fé. Eles incorporam novos ritmos e novos instrumentos".

Da mesma forma, o sacerdote italiano refletiu que, embora haja avanços em questões migratórias, o Chile ainda precisa melhorar outros aspectos, como o emprego. "O Chile recebeu pessoas altamente capacitadas sem ter nenhum custo financeiro com isso e hoje são profissionais que podem contribuir nesses trabalhos, por isso precisamos incorporá-las nas áreas em que são formados", afirmou.

Outro desafio colocado é a interculturalidade. "Significa poder trabalhar a integração do migrante com a comunidade local em abertura àqueles que chegam com outra cultura, com outros ritmos, outros costumes e que, por sua vez, o migrante possa respeitar o país que o recebe. Trata-se de construir juntos um novo país e esta nova sociedade que está se formando", acrescentou Pe. Toniazzo.

U2 e o aborto

Em maio de 2018, o U2 expressou seu apoio à legalização do aborto na Irlanda, seu país natal. Através de suas contas oficiais nas redes sociais, U2 publicou uma mensagem incentivando a votar a favor do aborto no referendo que concluiu com uma grande maioria a favor do assassinato dos nascituros.

No referendo do dia 25 de maio, 66,4% dos eleitores irlandeses apoiaram a revogação da Oitava Emenda da Constituição, que protegia o direito à vida da mãe e do nascituro, enquanto 33,6% votaram contra a revogação.

O referendo abriu as portas do país europeu para o aborto legal.

Em 20 de dezembro, o presidente irlandês, Michael D Higgins, assinou a Lei de Regulação do Término da Gravidez, que permite que o aborto seja feito sem restrições até a 12ª semana de gestação ou até a 24ª semana em alguns casos.  Em caso de anomalia do feto e risco à saúde física ou mental da mãe, o aborto poderia ser realizado a qualquer momento durante a gravidez.

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