O arcebispo de Washington D.C., cardeal Wilton Gregory, proibiu que uma missa organizada pelo instituto Paulus, que promove a liturgia tradicional, fosse realizada de acordo com o rito anterior à reforma do Vaticano II. A missa, marcada para o dia 14 de agosto no Santuário Nacional da Imaculada Conceição antes da publicação do motu proprio Traditionis custodes do papa Francisco, que restringe o uso da liturgia pré-conciliar, só poderá ser realizada em latim segundo o missal de Paulo VI, o Novus Ordo de 1970. Os organizadores pediram ao bispo que reconsidere a decisão.

A missa pontifical solene marcada para 14 de agosto na Basílica do Santuário Nacional da Imaculada Conceição em Washington, D.C. havia sido cancelada, depois que o arcebispo Wilton Gregory retirou sua permissão para o uso do rito pré-conciliar na arquidiocese.  

Em 29 de julho, o Instituto Paulus, que organiza a missa, escreveu ao arcebispo pedindo-lhe que restabelecesse a missa "pelo bem da unidade da Igreja universal". "O cancelamento da missa, há tanto tempo planejada e preparada, é uma violação da justiça fundamental, porque é uma ação arbitrária não motivada por qualquer urgência", declarou o grupo. "Os fiéis católicos não devem ser sujeitos a penalidades por cancelamento de passagens aéreas causadas por um indigno cancelamento da Missa".

O Instituto Paulus mostrou à CNA, agência em inglês do grupo ACI, uma carta do Cardeal Gregory datada de 30 de julho, reafirmando sua decisão de vetar o uso do rito pré-conciliar na ocasião e permitindo que a liturgia fosse em latim, segundo os textos do missal que Paulo VI promulgou depois do Concílio Vaticano II em abril de 1969.

"Reconheço que minha decisão de implementar o mais novo motu proprio Traditionis custodes do papa Francisco recebeu a atenção inicial pessoas que apoiaram como de outras em oposição", escreveu o prelado, citando que o documento publicado por Francisco no último 16 de julho, tornou uma "competência exclusiva" dos bispos diocesanos autorizar missas em latim segundo o Missal Romano de 1962.

Gregory havia decidido incialmente cancelar a missa de 14 de agosto no Santuário Nacional. Depois decidiu que a liturgia "poderá ser realizada em latim segundo o Missal Romano promulgado por São Paulo VI e revisado por São João Paulo II". Na carta, Gregory expressou "pesar" que sua decisão "tenha sido uma fonte de decepção".

O arcebispo americano Thomas Gullickson, ex-núncio papal em Luxemburgo e na Suíça, celebraria a missa pontifical segundo o rito pré-conciliar. O Instituto Paulus disse a CNA que após ser notificado que o arcebispo Wilton Gregory permitiu a Missa em latim segundo o missal de Paulo VI, Gullickson "revisou a carta e concordou”.

Embora a Basílica do Santuário Nacional da Imaculada Conceição esteja localizada dentro dos limites territoriais da Arquidiocese de Washington, ela não é uma paróquia diocesana. O cardeal Wilton Gregory, pelo cargo de arcebispo de Washington, é presidente do conselho de administração do Santuário.

A agência CNA entrou em contato com a arquidiocese de Washington D.C para falar do pedido do Instituto Paulus sem receber retorno.

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