O arcebispo de Santiago de Cuba, dom Dionisio García Ibáñez, criticou o avanço das uniões homossexuais em Cuba, dizendo que existem pessoas que estão “decididas a destruir a família natural como Deus a fez, como Deus a criou”.

Na homilia do dia 26 de dezembro, dia da Sagrada Família, expressou: “Deus nos fez homem e mulher, fisicamente, psicologicamente, fisiologicamente diferentes; porque cada um tem um papel a cumprir. O resto é a arrogância de alguns que, da mesma forma que a natureza foi destruída com prepotência, agora estão empenhados a destruir a família natural como Deus a fez, como Deus a criou”.

A homilia de dom García foi feita cinco dias depois que a Assembleia Nacional do Poder Popular, o Parlamento de Cuba, aprovou o Código da Família que, entre outras coisas, define o casamento como a “união voluntária de duas pessoas”, sem distinção de sexo, que também permitiria a adoção por pessoas em uniões do mesmo sexo

O Parlamento deve agora definir a data do referendo sobre o Código de Família.

“Podemos ter muitas teorias, legislar muitas leis, mas que uma lei exista não significa que seja justa. Na vida, na história, muitas leis foram infames, por exemplo, a lei da escravidão, e muitas outras. Tirar a liberdade das pessoas é lei e tem que ser cumprida, mas é infame”, criticou o bispo fazendo referência a esse tema.

Dom García também disse que espera que dentro de alguns anos os cubanos percebam “que estamos destruindo a família e que, destruindo a família, estamos destruindo a célula fundamental da sociedade”.

“Quando uma lei da natureza é quebrada, algo sempre dá errado e traz suas consequências”, ressaltou.

O bispo disse que a família de "um homem e uma mulher que geram vida" não pode ser equiparada à "união de duas pessoas que por natureza humana não podem gerar".

“A união de duas pessoas do mesmo sexo não é uma família, mesmo que se amem; uma família natural amada por Deus e pela natureza? Não (…) a família é para que possa cumprir a missão que recebeu da natureza, porque foi criada por Deus e, que a Palavra de Deus depois reafirmou”, disse.

Acrescentou que, ao apoiar as uniões entre pessoas do mesmo sexo, também “não nos damos conta daquele filho pequeno [adotado], que também precisa naturalmente de um pai e de uma mãe”.

Na Eucaristia do primeiro domingo do tempo de Natal, o arcebispo de Santiago de Cuba recordou que a família constituída por um homem e uma mulher tem que viver “como diz Paulo na carta aos Colossenses: amem-se, admirem-se, vivam uns pelos outros, sacrifiquem-se pelos filhos; os pais não intimidem os filhos, os maridos não sejam grosseiros nem maltratem as esposas”.

“Vamos escutar Paulo, vamos escutar aquela frase de Paulo: mulheres obedeçam a seus maridos; e o que Paulo diz aos maridos? Maridos, amem sua esposa como Cristo amou sua Igreja, que entregou a vida por ela. Que amor tão grande é esse! Nele há obediência, amizade, amor conjugal, há tudo o que é melhor”, disse.

Por fim, pediu aos católicos “que repensem as famílias e não se deixem levar por coisas do momento que parecem as melhores, mas darão maus resultados”.

"Por que? Porque violam as leis da natureza, assim como estamos violando as leis da natureza ao destruir o meio ambiente que Deus criou para nós”, concluiu.

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