Na manhã de hoje (5), terceiro dia de sua visita ao Bahrein, o papa Francisco celebrou missa no Estádio Nacional do País, em cuja homilia convidou os fiéis a "amar sempre" e perseverar no bem mesmo quando se recebe o mal.

Depois de saudar do papamóvel os milhares de fiéis que vieram de vários países do Oriente Médio de lugares como Bahrein, Kuwait, Catar e Arábia Saudita, o papa disse durante sua homilia em espanhol: "quanto mais poder se busca, mais a paz é ameaçada".

Deus “não usa a força da violência, mas a fraqueza do amor”, disse Francisco. “Este é o poder de Cristo: o amor. E Ele também nos confere o mesmo poder, o poder de amar, de amar em seu nome, de amar como ele amou”.

Comentando o Evangelho de São Mateus (cf. Mt 5,38-48), o papa disse que Deus nos convida a amar sempre, isto é, "a permanecer sempre no seu amor, a cultivá-lo e praticá-lo em qualquer situação que vivamos”.

Ele alertou que isso não é fácil e que Jesus não propõe “um amor sentimental e romântico”

“Ele sabe que em nossos relacionamentos há uma luta diária entre amor e ódio; e que também dentro de nós, todos os dias, há um combate entre a luz e as trevas, entre muitos propósitos e desejos de bem e aquela fragilidade pecaminosa que frequentemente nos domina e nos arrasta para as obras do mal”, acrescentou.

O papa disse que Jesus também conhece os momentos em que "sofremos mal" quando não recebemos o bem que esperamos e que sofre quando vê "maneiras de exercer o poder que se nutrem do abuso e da violência".

Permanecer no amor

Diante dessas situações, o papa lembrou que Jesus propõe algo "surpreendente, ousado e audacioso: pede aos seus a coragem de arriscar por algo que aparentemente parece ser a opção perdida".

"Peça que permaneçamos sempre, fielmente, no amor, apesar de tudo, mesmo diante do mal e do inimigo", disse ele em seguida.

O Pontífice pediu para evitar "olho por olho, dente por dente" e disse que Jesus nos propõe algo novo, algo impensável: perseverar “no bem mesmo quando recebemos o mal, quebrando a espiral da vingança, desarmando a violência, desmilitarizando o coração”.

“Há que permanecer no amor, sempre: é o caminho de Jesus para dar glória ao Deus do céu e construir a paz na terra. Amar sempre”, disse o papa.

Amar a todos

Mais tarde, o Papa advertiu que “o verdadeiro desafio de ser filhos do Pai e construir um mundo de irmãos é aprender a amar a todos, mesmo o inimigo”.

“Amar o inimigo é trazer à terra um reflexo do Céu, é fazer descer sobre o mundo o olhar e o coração do Pai, que não faz distinções nem discrimina”, disse Francisco.

Segundo o papa, “uma tal capacidade não pode ser fruto apenas dos nossos esforços; é, antes de mais nada, uma graça; uma graça que deve ser pedida com insistência”.

“Frequentemente confiamos à atenção do Senhor muitos pedidos, mas o pedido essencial para o cristão é este: saber amar como Cristo”, disse o papa. “Amar é o dom maior, e recebemo-lo quando damos espaço ao Senhor na oração, quando acolhemos a Presença d’Ele na sua Palavra que nos transforma e na revolucionária humildade do seu Pão partido”.

Por fim, Francisco agradeceu aos que foram à "celebração dos quatro países do Vicariato Apostólico da Arábia do Norte, bem como de outros países do Golfo, e também de outros territórios, trago hoje o carinho e a proximidade da Universal Igreja, que olha para eles e os abraça, os ama e os encoraja”.

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