“Se nos perguntamos qual é nossa tarefa no mundo, o que devemos fazer como Igreja na história, a resposta do Evangelho é clara: a missão”, disse o papa Francisco hoje (3), na missa para a comunidade congolesa de Roma, na basílica de São Pedro.

Após cancelar sua viagem à África planejada para estes dias por causa de problemas no joelho, o papa Francisco dedicou uma missa ao povo do Sudão do Sul e da República Democrática do Congo.

Diante de cerca de 2 mil fiéis do Congo presentes na basílica, o papa destacou três "surpresas" que Jesus entregou aos apóstolos depois de enviá-los para evangelizar o mundo.

Francisco defendeu que, “como cristãos, não podemos nos contentar em viver na mediocridade, contando com nossas oportunidades e conveniências, vivendo em dia. Não, somos missionários de Jesus. Todos nós", disse.

O papa disse que, apesar de os apóstolos não estarem preparados, o Senhor os enviou para evangelizar, "e a maneira como os envia também é cheia de surpresas".

O equipamento

Em primeiro lugar, o papa destacou os equipamentos e assegurou que “muitas vezes pensamos que nossas iniciativas eclesiásticas não funcionam corretamente porque nos faltam estruturas, dinheiro e meios: isso não é verdade”.

“Não confiemos nas riquezas e não temamos nossa pobreza, material e humana. Quanto mais livre e simples, pequeno e humilde, mais o Espírito Santo guia a missão e nos torna protagonistas de suas maravilhas”, defendeu.

O papa também disse que para Cristo “o equipamento fundamental é outro: o irmão. Nunca sem o irmão, porque não há missão sem comunhão. Não há proclamação que funcione sem preocupação com os outros”.

A mensagem

Como segunda "surpresa", o papa destacou a mensagem, que deve ser uma mensagem de paz. “O Senhor prescreve que se apresentem, em qualquer lugar, como embaixadores da paz. Aqui está o sinal distintivo: o cristão é portador de paz, porque Cristo é paz. Com isso reconhecemos se somos deles”.

“Oremos pela paz e pela reconciliação na República Democrática do Congo, tão ferida e explorada. Unamo-nos às missas celebradas no país segundo esta intenção e rezemos para que os cristãos sejam testemunhas de paz, capazes de superar todos os sentimentos de rancor e vingança, a tentação de que a reconciliação não seja possível”, pediu o papa.

Francisco também disse que “a paz começa conosco”, com o “coração de cada um”. “Se vive sua paz, Jesus chega e a sua família, a sua sociedade mudam”, afirmou.

"Após a saudação de paz, todo o resto da mensagem confiada aos discípulos se reduz às poucas palavras com as quais começamos e que Jesus repete duas vezes: ‘O Reino de Deus está próximo'".

“A esperança e a conversão vêm daqui: de acreditar que Deus está próximo e cuida de nós: é o Pai de todos, que nos quer todos irmãos e irmãs”, continuou.

o papa Francisco disse que, “se vivermos sob este olhar, o mundo não será mais um campo de batalha, mas um jardim de paz; a história não será uma corrida para ser o primeiro, mas uma peregrinação comum. Tudo isso – lembremo-nos – não exige grandes discursos, mas poucas palavras e muito testemunho”.

O estilo

Por fim, o papa Francisco disse que a terceira surpresa da missão se refere ao “nosso estilo”.

“O bom senso comum do mundo diz o contrário: imponha-se, sobressaia! Cristo, por outro lado, quer que sejamos cordeiros, não lobos. Isto não significa ser ingênuo, mas abominar todo instinto de supremacia e prepotência, de ganância e de posse”, disse.

Francisco defendeu que "quem que vive como um cordeiro não ataca, não é voraz: fica no rebanho, com os outros, e encontra segurança no seu Pastor, não na força nem na arrogância, na ganância do dinheiro e dos bens que causam tanto mal”.

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Diante disso, o papa convidou os fiéis a se fazerem a seguinte pergunta: "Vivo como um cordeiro, como Jesus, ou como um lobo, como ensina o espírito do mundo, aquele espírito que leva à guerra?".

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