O presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, Cardeal Kurt Koch, explicou que, quando se fala em inculturação na Amazônia, é importante lembrar a necessidade de purificar os elementos que não são bons nas culturas.

Em entrevista concedida a Matthew Bunson, da EWTN News, o Cardeal disse que, durante o Sínodo da Amazônia do qual participa, houve muita conversa sobre a inculturação do Evangelho, mas não sobre a purificação.

“Tenho a impressão de que durante este Sínodo os bispos falaram principalmente sobre inculturação e não muito sobre purificação. Eu perguntei sobre isso também no meu grupo (círculo menor), quais são os elementos que precisamos purificar, e não recebi uma resposta clara”, disse o Purpurado em 23 de outubro.

O Cardeal Koch também explicou que "a evangelização sempre precisa de inculturação, porque o Evangelho deve ser entendido em diferentes culturas".

Neste sentido, enfatizou, "temos que considerar duas coisas: primeiro de tudo a inculturação e, por outro lado, a purificação da cultura, porque nem todas as coisas em outras culturas são boas".

"Temos diferentes desafios e distintos problemas, e estes precisam passar por um claro discernimento de espírito sobre o que podemos aceitar e receber destas culturas para uma melhor compreensão do Evangelho", destacou.

O que é a inculturação?

A Comissão Teológica Internacional publicou há alguns anos um texto intitulado "Fé e inculturação", no qual se pode encontrar uma definição desse termo que é muito atual.

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“O processo de inculturação pode ser definido como o esforço da Igreja para fazer penetrar da mensagem de Cristo um determinado meio sociocultural, convidando-o a crescer segundo os seus próprios valores, desde que estes sejam conciliáveis com o Evangelho”, indica.

“O termo inculturação inclui a ideia de crescimento e de enriquecimento mútuo das pessoas e dos grupos, pelo fato do encontro do Evangelho com um meio social”, continua o texto.

O documento também afirma que “é necessário desenvolver uma capacidade de analisar as culturas e de lhes captar as incidências morais e espirituais. Impõe-se uma mobilização de toda a Igreja para que a tarefa extremamente complexa da inculturação do Evangelho no mundo moderno seja empreendida com sucesso”.

“Este esforço vai requerer dos responsáveis pela evangelização: 1) uma atitude de acolhimento e de discernimento crítico, 2) a capacidade de captar os anseios espirituais e as aspirações humanas das novas culturas, 3) a aptidão para a análise cultural em vista de um encontro efetivo com o mundo moderno”.

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