O papa Francisco conduziu hoje (17) a celebração penitencial de “24 horas para o Senhor”, na qual exortou os católicos a confiar na misericórdia de Deus, aproximando-se d’Ele com a humildade de um publicano e não com a arrogância de um fariseu.

Este ano a celebração aconteceu na paróquia de Santa Maria delle Grazie al Trionfale em Roma, Itália, e não na basílica de São Pedro, como nos anos anteriores.

“24 horas para o Senhor” nasceu em 2014 por iniciativa do papa Francisco, para que fiéis de todo o mundo possam se aproximar do sacramento da confissão durante o tempo litúrgico da Quaresma.

 A iniciativa pede que pelo menos uma paróquia em cada diocese do mundo fique aberta 24 horas para facilitar a oração e a confissão.

O papa Francisco falou na homilia sobre a parábola do fariseu e do publicano, na qual o primeiro reza de pé no templo, orgulhoso de si mesmo e triunfante, enquanto o segundo permanece distante, envergonhado de seu comportamento.

Para o papa, nessa distância, o publicano “manifesta seu ser pecador diante da santidade de Deus”, o que “lhe permite experimentar o abraço bendito e misericordioso do Pai”.

Francisco alertou para o perigo de cair na atitude do fariseu, que "presume ser justo e melhor do que os outros", tendo prazer em salvar as aparências.

“Irmãos e irmãs, façamos um exame de consciência hoje, porque tanto o fariseu quanto o publicano habitam dentro de nós”, disse o papa Francisco.

Francisco exortou a não se esconder “atrás da hipocrisia das aparências, mas confiar à misericórdia do Senhor as suas trevas e os seus erros, também as misérias que por vergonha não somos capazes de partilhar, mas com Deus devem ser mostradas”.

O papa disse que “quando nos confessamos, colocamo-nos ao fundo como o publicano, para reconhecermos, também nós, a distância que nos separa entre aquilo que Deus sonhou para a nossa vida e o que realmente somos no dia a dia”.

“Nesse momento o Senhor se aproxima, encurta as distâncias e nos levanta novamente; nesse momento, enquanto nos reconhecemos nus, Ele nos veste com o traje de festa. E este é, e deve ser, o sacramento da reconciliação: um encontro festivo” e “não um tribunal humano do qual temos medo, mas um abraço divino com o qual nos consolamos”, disse.

Francisco pediu aos padres que perdoem “sem colocar muito o dedo na consciência”, recebendo os pecados “como Jesus, com a carícia do seu olhar, com o silêncio de sua compreensão”.

“Por favor, o sacramento da confissão não é para torturar, mas para dar paz. Perdoem tudo, como Deus perdoará tudo a vocês”, disse.

Após a homilia, o papa Francisco e vários padres ficaram disponíveis para a confissão dos fiéis, enquanto se fazia a adoração eucarística, que incluía a recitação de salmos que pedem a misericórdia de Deus.

Depois da cerimônia, o papa Francisco deixou a igreja em sua cadeira de rodas, enquanto cumprimentava os padres e fiéis.

Confira também: