MADRI, 1 de fev de 2007 às 05:45
“Até quando, Senhor?”, pergunta-se o Arcebispo de Pamplona e Bispo de Tudela, Dom Fernando Sebastián Aguilar, lamentando que depois de três décadas de democracia na Espanha se discuta ainda se a Religião deve estar ou não na escola pública. Trata-se de um “assunto que qualquer país democrático e sério teria que ter resolvido”, afirma o Prelado.
Em sua última carta “Até quando Senhor”, o Bispo denuncia que com a nova lei educativa se relegue às aulas de Religião a “quase como um resíduo decorativo” e expressa seu pesar ao “comprovar que depois de 30 anos de democracia estejamos ainda com esta discussão de ‘religião, sim - religião, não’, quando é um assunto que qualquer país democrático e sério teria que ter resolvido sem moléstias nem mal-estar de ninguém”.
Ao explicar o absurdo da continuidade desta discussão, o Prelado recorda que “os pais são os primeiros responsáveis pela educação de seus filhos” e que “a intervenção do Estado na educação, sobre tudo nos anos da educação básica, entra de maneira subsidiária, e deve ser concebida como serviço e ajuda à família, pelo qual tem que responder escrupulosamente ao desejo dos pais e às características culturais e espirituais da população”
Do mesmo modo, defende que o sistema educativo atenda por igual os desejos e direitos de católicos e não católicos, enfatizando que “tem que estar a serviço da sociedade tal como é e não a serviço de nenhum partido, de nenhuma ideologia, nem de nenhum projeto de reeducação social feito autoritariamente do poder”.
Direitos cidadãos vs. Projetos partidários
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Para o Arcebispo, “as colocações que fazem alguns católicos de esquerdas, aparentemente muito puros e muito evangélicos, escondem certo anacronismo e uma visão um pouco confusa das coisas”.
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Para o Arcebispo “a não confessionalidade não pode consistir no desconhecimento da dimensão religiosa dos cidadãos por parte do Estado. Essa maneira de entender as coisas leva facilmente a uma certa violência espiritual e cultural” e esclarece que “é a liberdade dos cidadãos e não os projetos dos partidos ou dos governos que decide que importância tem na vida social a religião em geral e cada uma das diferentes religiões ou confissões”.

