Diante da massiva presença e aumento de imigrantes ilegais na cidade autônoma de Ceuta, a Igreja diocesana classificou a situação de "emergência humanitária" e pediu a atuação urgente da Administração competente.

Através de um comunicado, a diocese de Cádiz e Ceuta foi a primeira a dar a voz de alarme frente à lamentável situação dos "sem papéis", instando a Secretaria de Estado a tomar medidas urgentes.

Até a data, a Igreja tem sido a encarregada de paliar os efeitos colaterais da presença de uma quantidade descontrolada de imigrantes. Contudo, informou estar atualmente transbordada pela situação.

A diocese, que em outubro de 2003 acolheu voluntariamente em um colégio 80 imigrantes ilegais, todos subsaarianos, que havia na rua reclamou ajuda, posto que agora são mais de 200 os irregulares que estão em condições subumanas.

"Estamos muito preocupados com a situação", afirmou o comunicado. "O número de imigrantes aumentou consideravelmente e estamos acolhendo-os em situação de precariedade, com colchonetes estendidos pelo chão e escassos serviços higiênicos em instalações que estavam desativadas", indicou a missiva.

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"Esta realidade não pode nem deve continuar por mais tempo, deve arbitrarse com urgência uma resposta por parte da Administração competente que solucione situações que devem ser consideradas emergências humanitárias", indicou.

Segundo foi informado, as medidas reclamadas pela Igreja limitaram-se somente ao traslado de alguns grupos de irregulares ao território peninsular mas em um número sempre menor ao de "sem papéis" que conseguem entrar novamente na cidade.

Do mesmo modo, as medidas de segurança executadas pelo Governo central - elevação da fronteira que separa Ceuta de Marrocos e melhora de meios-, não obstaculizam suficientemente os autênticos assaltos de imigrantes.

Em um mês e meio, mais de 100 subsaarianos e asiáticos se estabeleceram em Ceuta, aumentando a bolsa de irregulares, que supera os mil. Segundo a própria Delegação do Governo, as ruas tornaram-se refúgio para 450 imigrantes sem documentos, enquanto que o resto está acolhido no Centro de Estada Temporária (CETI).

Até o momento, a Delegação do Governo não anunciou medida extraordinária alguma para resolver esta situação. Enquanto isso asiáticos, argelinos e subsaarianos transformaram barracões abandonados e pequenas covas portuárias em seu refúgio particular.