O ano de 2026 será o Ano da Fé na diocese de Barretos (SP). O bispo, dom Milton Kenan Júnior dará início ao Ano da Fé em 4 de janeiro, quando se vai comemorar a festa da Epifania do Senhor no Brasil. O ano termina no dia 22 de novembro de 2026, data da solenidade de Cristo Rei.

A promulgação do bispo ocorreu por meio de uma carta pastoral no dia 25 de dezembro, solenidade do Natal do Senhor e foi inspirado pelo Ano Jubilar da Esperança e pelos 1.700 anos do Concílio de Niceia, segundo a diocese.

O Concílio de Nicéia, primeiro concílio ecumênico da Igreja, ocorreu no pontificado do papa são Silvestre, em 325 d.C., na cidade de Nicéia, então parte do Império Romano, que hoje é a cidade de İznik, no noroeste da Turquia, a cerca de 110 km de Istambul, onde cerca de 300 bispos se reuniram para promulgar um credo cristão comum para resolver disputas cristológicas que surgiram da heresia ariana e promover a unidade na Igreja.

No Concílio, os bispos estabeleceram o Credo Niceno, que é a profissão de fé ainda recitada na missa católica, nas liturgias ortodoxas e em alguns cultos protestantes. O Credo rejeitou as afirmações heréticas dos arianos de que Cristo era um ser criado e, em vez disso, confirmou que o Filho é eternamente gerado pelo Pai e é Deus com o Pai e o Espírito Santo.

“Ao convocar para a nossa querida diocese de Barretos um Ano da Fé, quero demonstrar que esta celebração milenar do Concílio de Nicéia não pode passar despercebida para nós; mas, ao contrário, deve nos estimular a conhecer melhor, aprofundar a fé que professamos, para vive-la e encontrar nela a alegria que deve ser contagiante em nossas vidas”, disse dom Milton Kenan em sua carta. 

O Ano da Fé, segundo a diocese de Barretos propõe “um verdadeiro caminho espiritual e pastoral, que envolverá paróquias, comunidades, pastorais, movimentos e cada fiel da diocese”.

“Ao longo desse tempo, seremos chamados a redescobrir o valor da profissão de fé, da Palavra de Deus, do Batismo e da vida litúrgica, fortalecendo nossa identidade cristã e nossa corresponsabilidade na missão da Igreja”, disse a diocese. “Um dos eixos centrais” desse Ano será a oração do Credo, o principal resultado do Concílio de Niceia, que ajudará “os fiéis a compreender, professar e viver a fé não apenas como palavras, mas como vida, compromisso e missão”.

Iniciativas do “Ano da Fé”

Receba as principais de ACI Digital por WhatsApp e Telegram

Está cada vez mais difícil ver notícias católicas nas redes sociais. Inscreva-se hoje mesmo em nossos canais gratuitos:

Dom Milton Kenan propôs à sua diocese “algumas iniciativas” durante o “Ano da Fé”, que segundo ele, “serão capazes de fazer resplandecer” em Barretos “a beleza e a força da fé” que eles professam.

A primeira ação sugerida pelo bispo foi “um apelo aos catequistas” da diocese para que revisitem “a profissão de fé, ou seja, o símbolo niceno-constantinopolitano”, em “cada um dos seus artigos”, e assim, apresentar “paulatinamente aos catequizandos, de tal forma que ao professarem a fé conservem no coração, aquilo que pronunciam com os seus lábios”. O bispo também pediu para a comissão diocesana de animação bíblico catequética disponibilize “o material específico sobre a Fé nos encontros já previstos nas paróquias e regiões pastorais, como também no material a ser enviado para formação dos catequistas nas paróquias”.

A segunda sugestão de dom Kenan é que a diocese reveja “a preparação para o batismo dos pais e padrinhos, pois o Batismo é o sacramento por excelência que supõe a fé e garante a fé aos que o recebem”.

“Poderíamos estabelecer a preparação para o batismo de forma catecumental (como se dá agora com o sacramento do matrimônio), permitindo aos pais e padrinhos maior pertença à comunidade, movidos pela fé, e pela consciência da responsabilidade que lhes cabe ao pedir a Igreja o batismo de seus filhos e afilhados”, pontuou.

O terceiro ato recomendado pelo bispo é que a diocese dê “um destaque à Palavra de Deus em todas” as “atividades pastorais” durante o Ano da Fé. A quarta proposta é que “nas missas dominicais” sejam recitadas “o símbolo niceno-constantinopolitano, com uma breve introdução feita pelo padre ou comentarista”.

“A cada domingo podemos chamar atenção brevemente para um dos artigos, no decorrer de todo ano, despertando nos fiéis a compreensão do que proclamam com seus lábios”, disse dom Milton assinalando que “a comissão diocesana de liturgia” também pode “oferecer às paróquias o texto de breves monições a serem utilizadas neste momento, para as celebrações dominicais”.

A quinta recomendação à diocese é que “ocorra com mais frequência a profissão de fé” nas missas “em forma de diálogo”, como é feito “na noite da Páscoa, sobretudo nas solenidades e festas do Senhor, e na festa dos padroeiros das paróquias, podendo ser acompanhada com a aspersão da água benta”. A sexta orientação pede para que as igrejas aproveitem “as liturgias dominicais dos domingos da Quaresma, cujos textos litúrgicos são apropriados para a preparação dos catecúmenos para o batismo, para destacar as várias faces do batismo e da fé, recordando continuamente que na noite da Páscoa” os batizados renovarão suas “promessas batismais” e se comprometerão “a viver a fé” que receberam “dos apóstolos”.

A sétima sugestão é para que a Pastoral da Comunicação providencie “pequenos vídeos” para as “plataformas digitais da diocese com comentários ou catequeses sobre os artigos da fé’, de forma que os fiéis “tenham fácil acesso aos conteúdos propostos e, assim, possam degustar a beleza da Tradição e a vitalidade da fé professada pela Igreja”. A oitava ação sugere a “continuidade à preparação da assembleia diocesana de pastoral e a publicação do plano de pastoral diocesano”. A última proposta do bispo de Barretos é para que todos seus diocesanos façam “a leitura da Carta Encíclica Lumen Fidei (A luz da fé) do papa Francisco”.