No santuário de Nossa Senhora de Montligeon, na zona rural da Normandia, França, operários restauram o telhado de ardósia e janelas centenárias. Dentro da basílica neogótica, peregrinos chegam, acendem velas, inscrevem seus entes queridos nas missas e rezam pelas almas dos mortos — e, cada vez mais, buscam esperança para si mesmos.

Conhecido internacionalmente por sua missão de oração pelos mortos e por sua arquiconfraria pelas almas do purgatório, Montligeon recebe peregrinos o ano inteiro e  faz as “peregrinações ao Céu” todos os anos em novembro. A equipe do santuário diz que o interesse está crescendo constantemente, especialmente entre jovens e aqueles que estão se aproximando ou voltando à Igreja.

“Sim, de fato, o santuário parece ter ganhado notoriedade nos últimos 20 anos”, disse o padre Paul Denizot, reitor do santuário, num comunicado divulgado por Marie Houdebert, que trabalha em seu escritório internacional.

“Acredito que isso decorre de um crescente interesse em temas como a morte, a vida após a morte e a oração pelos mortos. Entre o número cada vez maior de jovens que redescobrem a Igreja Católica e pedem para serem batizados, muitos se perguntam sobre a esperança diante da morte. Eles são profundamente tocados pela mensagem de Montligeon”.

Denizot disse que aqueles que vão a Montligeon são diversos — católicos praticantes, não batizados, crentes "afastados", turistas e peregrinos organizados — muitos dos quais carregam consigo o luto.

“Acredito que existam dois motivos principais para o retorno dos jovens de hoje à Igreja Católica”, disse. “Primeiro, a necessidade de identidade, de raízes num mundo em constante mudança, onde a família nem sempre é um espaço seguro para crescer. Segundo, a necessidade de esperança. Muitas pessoas voltam para a Igreja depois da morte de um ente querido”.

“Acreditar que existe uma maneira de ajudar seus entes queridos que morreram por meio da oração traz esperança a eles num mundo aparentemente sem esperança”.

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Enquanto os peregrinos buscam consolo no interior, o exterior da basílica passa por uma grande restauração. O projeto — que deve levar mais três anos — abrange a substituição do telhado e o reparo dos vitrais do coro, a um custo estimado de € 3,6 milhões (cerca de R$ 22,7milhões de dólares), grande parte financiada pelo próprio santuário.

“Fiquei agradavelmente surpreso com o fato de tantas pessoas, ricas ou pobres, terem se unido para apoiar este projeto”, disse Denizot.

“As pessoas se sentem responsáveis ​​pela basílica porque se sentem em casa ali. Recebemos apoio de muitos países diferentes”.

A experiência local de Montligeon mostra um desenvolvimento mais amplo na França: um aumento notável nos batismos de adultos.

Na Páscoa deste ano, cerca de 10.384 adultos foram batizados na França — um aumento de 45% em relação ao ano anterior e o maior número em décadas . Muitos catecúmenos estão no fim da adolescência ou na faixa dos 20 anos de idade, frequentemente descobrindo a fé por meio da exploração pessoal e do contato com comunidades católicas vibrantes.

Todos os anos, em novembro, mês que a Igreja dedica à oração pelos mortos , Montligeon recebe peregrinações anuais para encomendar os mortos à misericórdia de Deus. Denizot encoraja os fiéis a encarar essa intercessão como um dever de caridade e uma fonte de esperança.

Para muitos que sofrem com a perda, o santuário dedicado aos mortos tornou-se um lugar onde os vivos encontram uma fé renovada.