10 de dez de 2025 às 10:08
No santuário de Nossa Senhora de Montligeon, na zona rural da Normandia, França, operários restauram o telhado de ardósia e janelas centenárias. Dentro da basílica neogótica, peregrinos chegam, acendem velas, inscrevem seus entes queridos nas missas e rezam pelas almas dos mortos — e, cada vez mais, buscam esperança para si mesmos.
Conhecido internacionalmente por sua missão de oração pelos mortos e por sua arquiconfraria pelas almas do purgatório, Montligeon recebe peregrinos o ano inteiro e faz as “peregrinações ao Céu” todos os anos em novembro. A equipe do santuário diz que o interesse está crescendo constantemente, especialmente entre jovens e aqueles que estão se aproximando ou voltando à Igreja.
“Sim, de fato, o santuário parece ter ganhado notoriedade nos últimos 20 anos”, disse o padre Paul Denizot, reitor do santuário, num comunicado divulgado por Marie Houdebert, que trabalha em seu escritório internacional.
“Acredito que isso decorre de um crescente interesse em temas como a morte, a vida após a morte e a oração pelos mortos. Entre o número cada vez maior de jovens que redescobrem a Igreja Católica e pedem para serem batizados, muitos se perguntam sobre a esperança diante da morte. Eles são profundamente tocados pela mensagem de Montligeon”.
Denizot disse que aqueles que vão a Montligeon são diversos — católicos praticantes, não batizados, crentes "afastados", turistas e peregrinos organizados — muitos dos quais carregam consigo o luto.
“Acredito que existam dois motivos principais para o retorno dos jovens de hoje à Igreja Católica”, disse. “Primeiro, a necessidade de identidade, de raízes num mundo em constante mudança, onde a família nem sempre é um espaço seguro para crescer. Segundo, a necessidade de esperança. Muitas pessoas voltam para a Igreja depois da morte de um ente querido”.
“Acreditar que existe uma maneira de ajudar seus entes queridos que morreram por meio da oração traz esperança a eles num mundo aparentemente sem esperança”.
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Enquanto os peregrinos buscam consolo no interior, o exterior da basílica passa por uma grande restauração. O projeto — que deve levar mais três anos — abrange a substituição do telhado e o reparo dos vitrais do coro, a um custo estimado de € 3,6 milhões (cerca de R$ 22,7milhões de dólares), grande parte financiada pelo próprio santuário.
“Fiquei agradavelmente surpreso com o fato de tantas pessoas, ricas ou pobres, terem se unido para apoiar este projeto”, disse Denizot.
“As pessoas se sentem responsáveis pela basílica porque se sentem em casa ali. Recebemos apoio de muitos países diferentes”.
A experiência local de Montligeon mostra um desenvolvimento mais amplo na França: um aumento notável nos batismos de adultos.
Na Páscoa deste ano, cerca de 10.384 adultos foram batizados na França — um aumento de 45% em relação ao ano anterior e o maior número em décadas . Muitos catecúmenos estão no fim da adolescência ou na faixa dos 20 anos de idade, frequentemente descobrindo a fé por meio da exploração pessoal e do contato com comunidades católicas vibrantes.
Todos os anos, em novembro, mês que a Igreja dedica à oração pelos mortos , Montligeon recebe peregrinações anuais para encomendar os mortos à misericórdia de Deus. Denizot encoraja os fiéis a encarar essa intercessão como um dever de caridade e uma fonte de esperança.
Para muitos que sofrem com a perda, o santuário dedicado aos mortos tornou-se um lugar onde os vivos encontram uma fé renovada.




