8 de dez de 2025 às 15:33
Não podemos celebrar o nascimento de Jesus no Natal sem Maria. Nem podemos viver o Advento sem a Santíssima Mãe.
“Dentre os seres humanos, ninguém melhor do que Ela conhece Cristo, ninguém como a Mãe pode introduzir-nos no profundo conhecimento do seu mistério”, escreveu são João Paulo II em sua carta apostólica Rosarium Virginis Mariae sobre o rosário.
Durante o Advento, enquanto nos preparamos para receber Jesus no Natal, devemos também, com alegria e consciência, dedicar tempo para celebrar e nos preparar com a Virgem Maria. Sua intensa e jubilosa expectativa pela vinda de seu Filho ao mundo é um modelo para todos que desejam a plenitude da presença de Cristo em suas vidas, como refletido em uma citação frequentemente atribuída a santa Teresa de Calcutá: “Sem Maria, não há Jesus”.
Estes dias do Advento são marcados pela devoção mariana.
O Diretório sobre Piedade Popular e Liturgia ensina que, durante o Advento e o Natal, a liturgia frequentemente celebra a Virgem Maria, e a piedade popular dedica muitas práticas devocionais a ela.
“Não há dúvida de que o conteúdo da festa da concepção puríssima e sem mancha de Maria, como preparação fundamental para o nascimento de Jesus, harmoniza-se bem com alguns dos principais temas do Advento”, diz o diretório, referindo-se ao dia 8 de dezembro. Esta festa, continua, “nos lembra da longa espera messiânica e evoca profecias e símbolos do Antigo Testamento”.
Dois dias depois vem a Festa de Nossa Senhora de Loreto, em 10 de dezembro. Este dia mariano celebra a Santa Casa de Loreto (milagrosamente transportada para Loreto, Itália, hoje um importante santuário), onde a Virgem Maria disse “Sim” a Deus e concebeu o Nosso Senhor.
Depois, vem a Festa de Nossa Senhora de Guadalupe, no dia 12. Estas são apenas algumas das maneiras marianas de vivenciar o Advento.
Celebração mariana
Devemos também nos unir a Maria durante as liturgias do Advento. Em sua exortação apostólica Marialis cultus (para a reta ordenação e desenvolvimento do culto à bem-aventurada virgem maria), são Paulo VI escreveu: “a Liturgia do Advento, conjugando a expectativa messiânica e a outra expectativa da segunda vinda gloriosa de Cristo, com a admirável memória da Mãe, apresenta um equilíbrio cultual muito acertado … Assim, este período… deve ser considerado como um tempo particularmente adequado para o culto da Mãe do Senhor”.
Como disse são João Paulo II em 2002: “A liturgia do Advento, repleta de alusões constantes à espera gozosa do Messias, ajuda-nos a compreender plenamente o valor e o significado do mistério do Natal. Não se trata simplesmente de comemorar o evento histórico que ocorreu há dois mil anos numa pequena aldeia da Judeia. É necessário compreender que toda a nossa vida deve ser um ‘Advento’, uma espera vigilante pela vinda definitiva de Cristo. Para preparar as nossas almas para acolher o Senhor que, como dizemos no Credo, um dia virá para julgar os vivos e os mortos, devemos aprender a reconhecê-lo presente nos acontecimentos da vida cotidiana. Desta forma, o Advento é, por assim dizer, uma intensa preparação que nos conduz resolutamente para Aquele que já veio, que há de vir e que vem continuamente”.
A vela de Maria
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A tradição da “vela de Maria” introduz Maria no Advento de uma forma diferente.
“A vigília da Imaculada Conceição é um momento oportuno para apresentar às crianças a prática de acender uma vela especial do Advento em honra de Maria”, escreveu o padre Edward Sutfin em seu livro True Christmas Spirit (o verdadeiro espírito do Natal). Ele descreve a vela como uma bela vela colocada em um castiçal coberto com um pano de seda branco amarrado com uma fita e, em seguida, colocada diante de uma imagem, estátua ou ícone de Nossa Senhora.
“Este antigo costume transmite sua mensagem com uma simplicidade eloquente que as crianças pequenas podem compreender”, acrescentou o padre Sutfin.
De forma semelhante, em Family Advent Customs (Costumes Familiares do Advento), Helen McLoughlin descreveu uma tradição que inclui uma rosa em um vaso coberto com renda azul para simbolizar a Rosa Mística. Em seguida, perto da vela, coloca-se uma vela branca com um pano branco (talvez de cetim, renda ou mesmo papel crepom) sobre ela. Uma imagem do Menino Jesus pode ser colada na vela para refletir Jesus como a Luz do Mundo.
McLoughlin disse: “‘Bendito é o fruto do vosso ventre’ torna-se realidade para as crianças, que adoram aprender sobre o Menino no corpo imaculado de Maria. Maria foi o trono de Deus por nove meses, e seu papel em nossa redenção é imenso. Só Ele sabe quantas vezes o Espírito Santo age nas almas das crianças quando se aproximam do manto para ver o Menino cuja vinda aguardam ansiosamente. No dia 8 de dezembro, recitamos o Magnificat e cantamos hinos no altar de Maria”.
A autora também sugere colocar a vela diante de uma imagem da Virgem Maria na Festa de sua Imaculada Conceição. “Serve como uma lembrança eloquente da ansiosa expectativa de Maria pela ‘Luz do Mundo’ e ajuda os familiares a manterem sua própria luz da graça acesa como a melhor preparação para a Sua vinda”.
Caminhar com Maria
Os preparativos para o Advento não estariam completos sem a oração do rosário, em particular os mistérios gozosos, que contemplam os eventos antes e depois do Natal.
Como disse são João Paulo II, os mistérios gozosos são marcados “pela alegria que irradia do acontecimento da Encarnação … meditar os mistérios gozosos significa entrar nas motivações últimas e no significado profundo da alegria cristã. Significa fixar o olhar sobre a realidade concreta do mistério da Encarnação e sobre o obscuro prenúncio do mistério do sofrimento salvífico. Maria leva-nos a aprender o segredo da alegria cristã, lembrando-nos que o cristianismo é, antes de mais, evangelion, ‘boa nova’, que tem o seu centro, antes, o seu mesmo conteúdo, na pessoa de Cristo, o Verbo feito carne, único Salvador do mundo”.
O papa Leão XIV lembrou aos fiéis, no dia de sua eleição: “Nossa Mãe Maria sempre quer caminhar conosco, estar perto de nós, nos ajudar com sua intercessão e seu amor”.
Isso inclui, naturalmente, estes dias santos que antecedem o Natal.
“O Advento é um tempo mariano”, ensinou Bento XVI. “Celebrar o Advento significa tornar-se mariano, entrar nessa comunhão com o ‘sim’ de Maria que, sempre renovado, é o espaço para o nascimento de Deus, para a ‘plenitude dos tempos’”.





