O vice-presidente dos EUA, J.D. Vance, disse que a segurança das fronteiras é "humanitária" em resposta a comentários do papa Leão XIV sobre a política de imigração nos EUA.

“A segurança das fronteiras não é só benéfica para os cidadãos americanos”, disse ontem (20) Vance a Matthew Boyle, do site de notícias Breitbart. “É uma questão humanitária que devemos fazer pelo mundo inteiro”.

Na última terça-feira (18), o papa Leão XIV pediu aos americanos que ouçam a mensagem da Conferência de Bispos Católicos dos EUA (USCCB, na sigla em inglês) contra "a deportação em massa indiscriminada de pessoas" e instou a um tratamento humano para os migrantes.

“Ninguém disse que os EUA deveriam ter fronteiras abertas”, disse o papa. “Acho que cada país tem o direito de determinar quem entra, como e quando”.

Vance disse que acompanhou atentamente os comentários de Leão XIV como "um católico devoto".

“Pode-se não saber, a julgar só pelos comentários de algumas pessoas nas redes sociais, mas a posição da Igreja sobre isso é bastante clara”, disse Vance.

“Sim, deve-se tratar os imigrantes com humanidade”, disse Vance. “Por outro lado, toda nação tem o direito de controlar suas fronteiras. E, obviamente, encontrar esse equilíbrio é muito importante, mas há muito espaço para controlar suas próprias fronteiras em benefício de seu próprio povo”.

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A mensagem especial da USCCB disse que os países têm a “responsabilidade de regular suas fronteiras e estabelecer um sistema de imigração justo e ordenado”. O Catecismo da Igreja Católica diz, no parágrafo 2241, que “as nações mais abastadas devem acolher, tanto quanto possível, o estrangeiro em busca da segurança e dos recursos vitais que não consegue encontrar no seu país de origem”.

Bispos dos EUA disseram lamentar as condições nos centros de detenção e a falta de acesso à assistência pastoral. Os bispos também disseram estar "entristecidos com o estado do debate contemporâneo e a difamação dos imigrantes".

Vance disse que “fronteiras abertas” não promovem “a dignidade humana, nem mesmo dos próprios imigrantes ilegais”, e citou o tráfico de drogas e a exploração sexual.

“Quando se fortalece os cartéis e os traficantes de pessoas, seja nos EUA ou em qualquer outro lugar, está fortalecendo as piores pessoas do mundo”, disse Vance.

“Minha prioridade, minha responsabilidade, é cuidar do povo dos EUA, e isso não é possível se o país estiver sendo inundado com toneladas de imigrantes ilegais, drogas e crimes que eles trazem”, disse Vance.

Segundo Kristi Noem, secretária de Segurança Interna dos EUA, este ano, até o mês passado, cerca de meio milhão de imigrantes (500 mil) sem status legal no país foram presos. "Desses indivíduos, 70% têm acusações criminais contra eles ou já foram condenados por esses crimes", disse Noem.

A administração fornece atualizações regulares sobre os criminosos "mais perigosos" que prende entre a população imigrante sem status legal nos EUA.

Por exemplo, em 2023, a taxa de encarceramento para americanos natos era de 1.221 para cada 100 mil pessoas. Para imigrantes legais, era de 319 para cada 100 mil, e para imigrantes em situação irregular no país, era de 613 para cada 100 mil.

“Apesar dos obstáculos e preconceitos, gerações de imigrantes deram enormes contribuições para o bem-estar de nossa nação”, disse a USCCB.