“A coisa que me chama mais atenção é que cresce a consciência da responsabilidade pela casa comum. E aqui nós devemos a uma figura que já foi para o céu, o papa Francisco”, disse o arcebispo emérito de Belém (PA) dom Alberto Taveira a respeito da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30) que começa oficialmente hoje (10) em Belém (PA).

Para o arcebispo emérito, o crescimento da consciência da responsabilidade pelo meio ambiente se deve ao papa Francisco. Em entrevista a Vatican News, serviço de informações da Santa Sé, dom Taveira se referiu a Laudato Si’  dizendo: “a encíclica que completou dez anos, a meu ver, ela está exatamente na base de tudo isso”.

A COP 30 acontece na capital paraense até o dia 21 de novembro. Foi precedida pela Cúpula do Clima, que reuniu 57 chefes de Estado e de governo, entre eles o secretário de Estado da Santa Sé, cardeal Pietro Parolin, nos dias 6 e 7 de novembro.

Dom Alberto Taveira é presidente da Coordenação Arquidiocesana da Comissão de Preparação e Acompanhamento da COP30. Na entrevista a Vatican News, o arcebispo emérito disse que o que mais lhe chama atenção “não são os assuntos a serem discutidos” na COP, mas sim “uma nova consciência que pode crescer diante da realidade, da natureza e buscando, é claro, a expressão que nós usaremos sempre, uma ecologia integral”.

Segundo ele, a responsabilidade da Igreja na COP é “dar alma”. “Porque a COP é um evento que não é nosso, é organizado pela ONU”, disse. “Então, cabe a nós, por convivência, por palavras, por testemunho, dizer que a chave para tudo é o quê? Não é o verde, não é a água, não é o ar, mas são as pessoas humanas. E mais do que tudo, a chave está em Jesus Cristo”, disse. Para ele, a “ecologia integral” é que “vai ajudar a convencer as pessoas a trabalharem para superar as mudanças climáticas”.

Dom Alberto Taveira disse que o que os ajudou “demais” na preparação para a COP “foi a Campanha da Fraternidade deste ano”, que teve como tema “Fraternidade e Ecologia Integral” e o lema “Deus viu que tudo era muito bom” (Gn 1,31).

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“Deus não colocou semente de maldade em nada. Se nós conseguimos viver isso aqui, já estaríamos dizendo para todo mundo que vem a Belém nesse período, que vale a pena amar a Deus, amar o próximo, cuidar da natureza, como o papa Francisco, a seu tempo, dizia; esse dominar não é um domínio de alguém que acaba com tudo, mas é o cuidado”, disse, ressaltando que o “cuidado da casa comum”, “para nós, é muito importante”.

O arcebispo emérito de Belém falou sobre como será a participação da Igreja na COP 30. Ele disse que há “coisas que foram organizadas pela CNBB” (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) e a Rede Eclesial Pan-Amazônica (Repam) “promove várias iniciativas”.

“Na Arquidiocese, nós preparamos quatro polos de atividades. Polos formativos, celebrativos, polos de aprofundamento intelectual”, que vão funcionar de 12 a 16 de novembro, disse.

Além disso, ressaltou o trabalho que será feito na acolhida às pessoas que passarão por Belém nesses dias. “Nós sabemos que a quantidade de pessoas que acorrem a Belém durante esse período, de uma forma ou de outra, essas pessoas serão tocadas, serão valorizadas, serão amadas, serão acolhidas”, disse.

“Então, já estamos dando a nossa contribuição, se aprofundarmos os assuntos e se dermos esta acolhida para que todo mundo se sinta bem, se sinta irmão aqui em Belém””, completou.