As Equipes de Nossa Senhora foram homenageadas ontem (30) por seus 75 anos de atuação no Brasil em sessão especial do Senado.

“Ao celebrar este jubileu de 75 anos, celebramos também a esperança de um mundo mais justo, mais fraterno, mais humano”, disse o presidente da sessão, o senador Izalci Lucas (PL-DF).

As Equipes de Nossa Senhora são um movimento de espiritualidade conjugal reconhecido pela Santa Sé como Associação Privada Internacional de Fiéis de Direito Pontifício. O movimento surgiu em 1939, na França por uma iniciativa de casais que, acompanhados pelo padre Henri Caffarel, fundador do movimento, se encontravam mensalmente para “redescobrir o sentido do matrimônio e as riquezas desse sacramento”, disse o senador Marcos Pontes (PL-SP), presidente da Frente Parlamentar Católica Apostólica Romana, na justificativa de seu requerimento pela realização da sessão do Senado. As Equipes de Nossa Senhora foram formalizadas em 8 de dezembro de 1947, chegando no Brasil, em 13 de maio de 1950.

Além de Pontes, mais seis senadores assinaram o requerimento para a realização da homenagem: Izalci Lucas (PL-DF), Jayme Campos (União-MT), Hamilton Mourão (Republicanos-RS), Damares Alves (Republicanos-DF), Confúcio Moura (MDB-RO) e Esperidião Amin (PP-SC).

Segundo o senador Izalci Lucas, as Equipes de Nossa Senhora são “é uma presença viva para todos que participam e que são alcançados por suas ações, uma ponte entre a fé e a vida, entre o que acreditamos e o que fazemos na prática”

“Aonde o Estado nem sempre chega, eles chegam; onde há dor, eles oferecem conforto; onde há carência, oferecem informação, acolhimento, oportunidade. Seja por meio da educação, assistência ou mobilização comunitária, a associação tem despertado vocações, construído redes de apoio e fortalecido comunidades em inúmeras cidades do nosso país e também de outros lugares do mundo”, disse o senador

O conselheiro espiritual das Equipes de Nossa Senhora, Luiz Antonio Perrone Ferreira de Brito, membro da equipe responsável internacional, contou que o padre Caffarel, fundador da ENS “viajou algumas vezes ao Brasil e sempre voltou profundamente comovido com a vitalidade dessa igreja”.

“Em suas cartas, ele falou com admiração da fé dos brasileiros e do seu desejo de viver o Evangelho com alegria”, disse Perrone. “Hoje, podemos dizer que esse vínculo ainda está vivo e fecundo, com tantos casais conselheiros espirituais, viúvos e viúvas que permanecem fiéis às Equipes de Nossa Senhora”.

O casal responsável pela super-região Brasil das Equipes de Nossa Senhora, José Rubens Correa Almeida e Roselene de Oliveira Almeida, participou da sessão solene no Senado. Segundo Roselene, “celebrar este jubileu é reconhecer a história de fé, de comunhão e de serviço a milhares de casais e conselheiros que ao longo desses 75 anos testemunham o amor de Deus vivido no seio da família e da sociedade”.

José Rubens Correa disse que o movimento é formado “por equipes compostas de cinco a sete casais, unidos pelo sacramento do matrimônio e acompanhados por um sacerdote conselheiro espiritual” e “essas equipes se reúnem mensalmente para momentos de oração, partilha de vida conjugal, convivência fraterna, estudo do tema anual e reflexões sobre os pontos concretos de esforço – instrumentos que auxiliam no aprofundamento da espiritualidade conjugal”.

Receba as principais de ACI Digital por WhatsApp e Telegram

Está cada vez mais difícil ver notícias católicas nas redes sociais. Inscreva-se hoje mesmo em nossos canais gratuitos:

“A mística do movimento”, segundo Correa, “se sustenta em três pilares fundamentais: reunir-se em nome de Cristo, viver o auxílio mútuo e dar testemunho da vida cristã”.

“Trata-se, portanto, de um caminho de formação, crescimento e apoio espiritual para os casais”, disse Correa. “A razão de ser das Equipes de Nossa Senhora é ajudar os casais a descobrirem a riqueza do sacramento do matrimônio e a viverem plenamente sua espiritualidade conjugal”.

Roselene de Oliveira disse que, “o objetivo essencial” das Equipes de Nossa Senhora, como o fundador do movimento, padre Henri Caffarel dizia é “ajudar os casais a seguirem em direção à santidade, nem mais, nem menos”.

Equipes de Nossa Senhora no Brasil

“Atualmente, o movimento das Equipes de Nossa Senhora no Brasil conta com aproximadamente 58 mil membros, entre casais, viúvos e conselheiros espirituais, distribuídos em mais de 4,7 mil equipes, presentes em 25 estados e no Distrito Federal, restando apenas o Estado do Amapá para que sua presença alcance todo o território nacional”, disse Roselene.

Segundo ela, “no cenário internacional, o movimento está presente em mais de 90 países, sendo o Brasil responsável por mais de um terço de todos os equipistas do mundo, além de ser o primeiro país de língua não francesa a acolher o movimento”. Ela disse que, “para garantir a unidade, a comunhão e o dinamismo de sua missão, o movimento das Equipes de Nossa Senhora mantém uma estrutura organizada, composta por uma Super-Região Brasil, subdividida em nove províncias, 74 regiões e 412 setores”.

“Cada instância é coordenada por um casal responsável e acompanhada por um sacerdote conselheiro espiritual, que juntos promovem formações, encontros e retiros, momentos de oração, fortalecendo a caminhada espiritual de todos os equipistas”, explicou.

O valor das famílias

O conselheiro espiritual das Equipes de Nossa Senhora em Brasília, padre Jânison de Sá Santos, representante da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) agradeceu ao Senado, em nome da CNBB, “pela justa e significativa homenagem” às Equipes de Nossa Senhora no Brasil que, “há sete décadas e meia, tem sido escola de espiritualidade conjugal e de compromisso cristão em nossa sociedade”.

“É muito gratificante ver o Estado brasileiro reconhecer o valor das famílias que, inspiradas pelo Evangelho e pelo carisma do padre Henri Caffarel, constroem um país mais justo, fraterno e solidário”, disse o sacerdote destacando que “os casais equipistas, em sua maioria, são testemunhas discretas, mas firmes, de que é possível viver o matrimônio como vocação e missão” porque “essa presença viva das famílias é um bem para a Igreja e para a sociedade brasileira” e “contribui com a formação de cidadãos éticos, comprometidos com o bem comum e com a promoção da dignidade humana, à luz da doutrina social da Igreja”.

Mais em