28 de out de 2025 às 15:41
O papa Leão XIV pediu ontem (27) a estudantes universitários que saciem sua “fome de verdade e de sentido”.
“Hoje, tornamo-nos especialistas em detalhes infinitesimais da realidade, mas somos incapazes de ter novamente uma visão de conjunto, uma visão que una as coisas através de um significado maior e mais profundo”, disse o papa. “Ao contrário, a experiência cristã quer ensinar-nos a olhar para a vida e a realidade com um olhar unificador”.
Leão XIV celebrou uma missa para estudantes das universidades pontifícias de Roma em 27 de outubro, marcando o início do ano acadêmico e o dia de abertura do Jubileu do Mundo da Educação, celebração de uma semana que vai até 1º de novembro como parte do Jubileu da Esperança.
Há cerca de 231 mil escolas e universidades católicas em 171 países, atendendo cerca de 72 milhões de estudantes no mundo todo, segundo a Santa Sé.
O papa Leão XIV disse que a educação é “um verdadeiro ato de amor”. “Saciar a fome de verdade e de sentido é uma tarefa necessária, porque sem verdade e significados autênticos pode-se cair-se no vazio e até morrer”.
“Portanto, o que recebemos enquanto buscamos a verdade e nos dedicamos ao estudo ajuda-nos a descobrir que não somos criaturas lançadas por acaso no mundo, mas pertencemos a alguém que nos ama e que tem um projeto de amor para a nossa vida”, disse o papa.
Uma universidade pontifícia é uma universidade católica sob a autoridade da Santa Sé. Em Roma, várias dessas universidades, como a Universidade Gregoriana, administrada pelos jesuítas, e a Universidade Dominicana de São Tomás de Aquino, formam seminaristas, padres, religiosas e estudantes leigos católicos de todo o mundo em teologia, filosofia, direito canônico e outras disciplinas.
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Em sua homilia, o papa Leão XIV encorajou estudantes e educadores a integrar seu trabalho intelectual com sua vida espiritual.
“E olhando para o exemplo de homens e mulheres como Agostinho, Tomás de Aquino, Teresa de Ávila, Edith Stein e muitos outros – que souberam integrar a investigação na sua vida e no seu caminho espiritual – também nós somos chamados a levar adiante o trabalho intelectual e a busca da verdade sem os separar da vida”, disse ele.
“É importante cultivar essa unidade, para que o que se faz nas salas de aula da universidade e nos ambientes educativos de todos os níveis e graus não permaneça um exercício intelectual abstrato, mas se torne uma realidade capaz de transformar a vida, de nos fazer aprofundar a nossa relação com Cristo, de compreender melhor o mistério da Igreja e de nos tornar testemunhas audazes do Evangelho na sociedade”, disse o papa. “Quando o ser humano é incapaz de ver além de si mesmo, da sua experiência, das próprias ideias e convicções, dos próprios esquemas, então permanece prisioneiro, escravo, incapaz de amadurecer um juízo próprio”.
Segundo Leão XIV, “muitas coisas que importam na vida – podemos dizer, as coisas fundamentais – não as damos a nós mesmos: recebemo-las dos outros. Elas chegam até nós e acolhemo-las dos mestres, dos encontros, das experiências da vida. E essa é uma experiência de graça, porque cura os nossos fechamentos em nós mesmos… Isso acontece especialmente quando encontramos Cristo na nossa vida”.
“Quem estuda eleva-se, amplia os seus horizontes e as suas perspectivas, para recuperar um olhar que não se fixa só no chão, mas é capaz de olhar para o alto: para Deus, para os outros, para o mistério da vida.”, disse o papa. “Essa é a graça do estudante, do investigador, do estudioso”.
Como parte do Jubileu do Mundo da Educação, o papa se reunirá com estudantes na quinta-feira (30) e com educadores na sexta-feira (31). O jubileu terminará no sábado (1), quando o papa vai declarar são João Henrique Newman doutor da Igreja.
O papa Leão XIV também designou são Newman um santo co-padroeiro da educação católica, junto com são Tomás de Aquino, num documento publicado hoje (28), coincidindo com o 60º aniversário da Gravissimum educationis, declaração do concílio Vaticano II sobre a educação cristã.




