O Ministério Público do Paraná (MPPR) denunciou o padre Binu Joseph Chollackal, do clero de Paranaguá (PR), criminalmente por importunação sexual a uma mulher durante um momento de oração em um dos ambientes de uma igreja na Ilha dos Valadares, em Paranaguá. O bispo de Paranaguá, dom Paulo Alves Romão, disse ontem (21) em nota que “em conformidade com o cân. 1722 do Código de Direito Canônico, foi determinada a suspensão cautelar do exercício público do ministério do referido sacerdote, medida preventiva destinada a proteger o bem comum e garantir a justa instrução do processo”.

A ação penal, segundo o MPPR, foi proposta pela 3ª Promotoria de Justiça de Paranaguá e recebida pelo Judiciário na segunda-feira (20).  Além da condenação do padre, o Ministério Público exige que ele indenize a vítima pelos danos sofridos com um pagamento de no mínimo R$ 20 mil.

O crime teria acontecido em 11 de fevereiro de 2022. Segundo as investigações do caso, a mulher, à época com 20 anos, estava com seus pais e alguns fiéis em um momento de oração conduzido pelo padre indiano, de 43 anos à época. “Valendo-se da posição de respeito e confiança que possuía entre os fiéis”, segundo o MPPR, o padre teria pedido aos presentes para fecharem os olhos e, neste momento, teria tocado “indevidamente a vítima”.

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Dom Paulo Alves Romão disse que aguarda as “informações do Ministério Público Federal e da denunciante para que o processo civil e canônico seja conduzido com transparência, justiça e caridade, conforme o Diretório para a Proteção de Menores e Pessoas Vulneráveis da CNBB (2021)”. Ressaltou que, “simultaneamente, foram iniciadas as providências internas de apuração dos fatos, conforme o Motu Proprio Vos estis lux mundi”, uma carta apostólica do papa Francisco “que estabelece o dever de investigar com rigor denúncias de abusos cometidos por clérigos e assegurar a proteção das pessoas envolvidas”.

“Em espírito de fé e justiça, a diocese lamenta profundamente o ocorrido e expressa sua solidariedade e proximidade em oração a todos os envolvidos”, disse o bispo manifestando “ainda acolhimento espiritual e acompanhamento psicológico à vítima, conforme orienta o Vade-mécum da Congregação para a Doutrina da Fé (2020, n. 43), que recomenda respeito, escuta e cuidado pastoral às pessoas ofendidas”.