O papa Leão XIV nomeou hoje (17) o padre Josef Grünwidl para suceder o cardeal Christoph Schönborn como arcebispo de Viena, a arquidiocese mais populosa da Áustria.

Grünwidl supervisiona a arquidiocese de Viena interinamente desde janeiro, quando Schönborn, de 80 anos de idade, concluiu três décadas no comando da arquidiocese quando o papa Francisco aceitou sua renúncia.

 Schönborn, teólogo que foi arcebispo de Viena por 30 anos, ajudou a escrever o Catecismo da Igreja Católica e foi presidente da Conferência dos Bispos Austríacos por 22 anos.

Schönborn nasceu numa família nobre em 1945 na Boêmia, que então fazia parte da Alemanha nazista e hoje faz parte da República Tcheca.

Ele cresceu no oeste da Áustria, perto da fronteira com a Suíça, e ingressou na Ordem dos Pregadores, também conhecida como dominicanos, em 1963.

Ele foi ordenado padre pela arquidiocese de Viena em 1970. Ele passou a estudar teologia sagrada em Paris e em Regensburg, Alemanha, com o então padre Joseph Ratzinger — futuro papa Bento XVI.

Schönborn recebeu um doutorado em teologia na década de 1970 e mais tarde foi nomeado membro da Comissão Teológica Internacional.

Ele foi secretário editorial do Catecismo da Igreja Católica e, em 1991, o papa são João Paulo II nomeou o teólogo bispo auxiliar de Viena.

Depois de ser nomeado arcebispo coadjutor de Viena em abril de 1995, ele sucedeu o cardeal Hans Hermann Groër, OSB, como arcebispo de Viena em 14 de setembro de 1995.

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Schönborn foi feito cardeal pelo papa são João Paulo II em 1998.

Sucessor

Grünwidl, de 62 anos de idade, foi presidente do conselho dos padres de Viena e vigário episcopal do vicariato sul da arquidiocese de Viena antes de ser nomeado administrador apostólico.

Ex-concertista de órgão Grünwidl teve várias funções na arquidiocese desde sua ordenação em 1988, como as de pároco e moderador paroquial. O padre também foi secretário do cardeal Schönborn de 1995 a 1998, no início do mandato de Schönborn como arcebispo de Viena.

Segundo a emissora pública austríaca ORF, Grünwidl foi membro da controversa Iniciativa dos Pastores, grupo católico dissidente fundado na Áustria em 2006 com o objetivo de apelar à "desobediência" em certas questões da Igreja. O grupo defende a ordenação de mulheres, o celibato sacerdotal opcional e a comunhão para divorciados recasados ​​e membros de outras religiões cristãs.

Segundo a ORF, Grünwidl, que não está listado entre os membros atuais da “Iniciativa do Pastor”, “enfatizou recentemente que o celibato é um modo de vida escolhido conscientemente por ele pessoalmente, mas não é uma questão de fé e, portanto, não deve ser um requisito obrigatório para padres”.

“Sobre o tema das mulheres na Igreja, ele identificou uma necessidade urgente de esclarecimento”, disse também a ORF. “O diaconato feminino deve ser discutido mais a fundo, e Grünwidl também considera concebível a admissão de mulheres ao Colégio de Cardeais”.

Falando no programa Orientação da emissora no início deste ano, Grünwidl disse que deixou a Iniciativa dos Pastores porque sentiu que as ideias do papa Francisco tinham "ultrapassado" as propostas do grupo, e ele não podia mais apoiar um lema de "desobediência". Ele enfatizou a "obediência crítica" e disse que "não consegue imaginar uma oposição aberta ao bispo na Igreja".

A agência de notícias católica Kathpress descreve o arcebispo eleito como um “líder com base pastoral, um pregador valioso e um conversador perspicaz”.