13 de out de 2025 às 14:55
“Como no tempo das aparições, nós também, no nosso mundo atual, precisamos desta paz, que só é possível se o coração de cada um enveredar pelo caminho da conversão e se abrir ao bem, ao perdão, à solidariedade e ao cuidado da vida”, disse o bispo de Beira, Moçambique, dom Claudio Dalla Zuanna, na missa celebrada hoje (13) no santuário de Fátima, Portugal.
A celebração aconteceu na peregrinação aniversária internacional de outubro, que recorda a última aparição de Nossa Senhora de Fátima aos três pastorinhos, em 13 de outubro de 1917, quando aconteceu o milagre do sol.
A peregrinação contou com a presença da imagem de Nossa Senhora de Fátima, que tinha sido levada à Roma na sexta-feira (10) para estar presente no Jubileu da Espiritualidade Mariana, na vigília de oração pela paz no sábado (11) e na missa celebrada pelo papa Leão XIV ontem (12) de manhã. A imagem retornou a Fátima a tempo de estar presente na vigília e recitação do terço ontem na Cova da Iria.
Em sua homilia na missa de hoje, dom Claudio Zuanna disse que, em Fátima, Maria “apontou os passos, os meios e as atitudes para que a nossa peregrinação seja fecunda e faça parte da construção da admirável morada de Deus”.
“Nossa Senhora indicou-nos como caminho para a construção da paz e a salvação do mundo, a conversão pessoal, a paz de que tanto precisamos nestes dias, em modo especial na Ucrânia, na terra de Jesus, que sentimos mais próximas de nós, mas também em tantos outros lugares da terra”, disse, ao citar também os conflitos em Myanmar, em Cabo Delgado, Moçambique, no Sudão “e em tantos outros lugares da nossa terra”.
Dom Claudio disse que, em Fátima, Maria “nos instou à oração associação à devoção do terço, através do qual contemplamos os mistérios da vida de Jesus e o cumprimento da Salvação, caminhando juntos com Nossa Senhora, Jesus e a Igreja, pedindo o perdão dos pecados, a conversão dos pecadores e a paz no mundo”.
“Nossa Senhora convidou-nos à adoração eucarística, à adoração a Deus, à atitude que melhor manifesta o nosso respeito por Deus e sintetiza a orientação profunda da nossa vida”, acrescentou.
Segundo ele, também em Fátima, Maria mostrou “o valor da oferta dos nossos sacrifícios para a vinda do Reino de Deus, Reino de justiça e de paz”. O bispo ressaltou que não se trata tanto de “dores físicas, por vezes autoimpostas, mas expressão da caridade, como a renúncia a interesses pessoais também legítimos para que as outras pessoas possam ter quanto precisam para a sua vida”.
“O sacrifício do perdão oferecido pelas ofensas recebidas, a honestidade na gestão do que nos foi confiado, a dedicação no trabalho, a procura do bem comum, na política, sem cair nos atropelos à dignidade humana, transformando as estruturas iníquas que oprimem e marginalizam, moralmente, os débeis e os pobres”, disse.
Segundo dom Cláudio, “Nossa Senhora nos ensinou que a experiência de fé deve abrir-nos à vivência da caridade.”. “A caridade se torna o critério de autenticidade da nossa vida cristã, da nossa fé, da nossa religiosidade”, disse o bispo, para quem, “assim vivida, esta peregrinação, motivada pela fé viva, leva-nos à entrega na caridade e faz avançar o mundo no caminho da esperança”.
Maria nos aponta para Jesus
Na noite de ontem (12), dom Claudio Dalla Zuanna conduziu a celebração da Palavra e a oração do terço na Cova da Iria. Em sua homilia ele também falou sobre como Maria indica o caminho para a paz.
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“Esta noite, em que nos vê reunidos em oração, Ela recorda-nos as trevas do ódio, da avidez e do sofrimento que envolvem muitos povos neste tempo, em que o mundo parece ter perdido o rumo indicado por Jesus: ‘amai-vos uns aos outros, como eu vos amei’”, disse.
O bispo disse que, “como em 1917, quando a Europa se encontrava envolvida em conflitos e filhos desta terra morriam na guerra, também hoje assistimos ao sinal que o texto do Apocalipse nos apresenta: o enorme dragão do mal, com múltiplas cabeças, chifres e diademas, arrasta morte e destruição sobre tantos lugares deste mundo, como que a querer devorar a vida que nele Deus fez brotar e que Jesus, que veio para que tenhamos vida, confiou àquela que está para ser mãe”.
Dom Claudio citou as palavras ditas por Jesus na cruz ao “discípulo predileto”, quando falou em relação a Maria “eis a tua mãe”. O bispo pediu que, “como Maria escutou e acolheu as palavras a Ela dirigidas e assumiu a missão de ser nossa Mãe, escutemos também nós as palavras a nós dirigidas e acolhamos o dom de sermos seus filhos”.
“Como filhos dóceis, escutemos e ponhamos em prática a palavra do seu filho Jesus, tecendo assim novas relações que vão além do sangue, da nação ou da cultura”, disse.
Para o bispo de Beira, “o caminho para a paz no mundo” é, “como Nossa Senhora e com Ela, escutar e guardar a palavra do Senhor nos nossos corações e cumpri-la no desenrolar da nossa vida pessoal, na família e na sociedade”.
Imagem de Nossa Senhora retorna à capelinha das aparições
Depois da procissão do adeus na noite de ontem, a imagem de Nossa Senhora de Fátima retornou para a capelinha das aparições. O reitor do santuário de Fátima, padre Carlos Cabecinhas, descreveu como foi a viagem a Roma.
“Diante desta imagem da capelinha, milhares de peregrinos, em Roma, rezaram, agradeceram, pediram ajuda e proteção à Mãe do Céu”, disse. “Diante desta imagem da capelinha, o papa, o ‘bispo vestido de branco’, rezou pela paz. Diante da imagem da ‘Senhora mais brilhante que o sol’, o Santo Padre consagrou ao Imaculado Coração de Maria o mundo inteiro e toda a humanidade, especialmente os atormentados pelo flagelo da guerra”, acrescentou.
O padre Cabecinhas contou que o papa Leão XIV ofereceu ao santuário de Fátima uma Rosa de Ouro, que estava acompanhando a imagem. “Esta ida da imagem de Nossa Senhora a Roma é expressão da nossa união com o Santo Padre, por quem rezamos diariamente”, disse.
Na manhã de hoje, a imagem e a rosa de ouro estavam presentes na missa celerada no recinto de oração do santuário.
Segundo o santuário de Fátima, participaram da peregrinação 154 grupos de peregrinos provenientes de Portugal, Alemanha, Áustria, Bélgica, Croácia, Espanha, França, Irlanda, Itália, Malta, Polônia, Suíça, Canadá, El Salvador, EUA, Haiti, México, Bolívia, Brasil, Colômbia, Coreia do Sul, Filipinas, Índia, Indonésia, Iraque, Japão, Malásia, Vietnã, África do Sul, República Democrática do Congo, Ilhas Maurícias, Moçambique, Senegal e Uganda.





