10 de out de 2025 às 15:04
O bispo de El Paso, Texas, EUA, Mark Seitz, disse que a imigração é uma “questão do Evangelho” antes de ser uma “questão política” nos EUA.
Seitz disse a Valentina Di Donato, repórter da EWTN News, que a Igreja tem a responsabilidade de reafirmar a doutrina social católica sobre a opção preferencial pelos pobres.
“É sempre papel do bispo falar o Evangelho, refletir sobre esse Evangelho e suas implicações para nossa vida diária”, disse Seitz à EWTN News. “Temos a tarefa de formar pessoas com base naquela doutrina de amor, misericórdia e compaixão que se aplica não só em casos excepcionais, não só a certas pessoas, mas de maneira especial aos pobres e vulneráveis, e isso inclui os imigrantes”.
O bispo disse que os direitos dos imigrantes não devem ser só uma preocupação da Igreja, mas também devem ser “respeitados pela lei”.
“Embora não sejamos políticos — não é nossa tarefa desenvolver regras e leis — somos responsáveis por ajudar a formar consciências e trazer as pessoas de volta aos princípios básicos subjacentes, que, aliás, são princípios sobre os quais nosso país foi construído”, disse Seitz.
Segundo o bispo, a lei de asilo dos EUA não está sendo respeitada "agora", já que várias famílias de migrantes que vivem na diocese de El Paso, que fica perto da fronteira entre os EUA e o México, não se sentem mais protegidas e temem a deportação.
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“Devemos praticar esse respeito pela dignidade humana quando lidamos com uma pessoa que simplesmente fugiu para cá porque não tinha outra opção”, disse ele à EWTN News.
Depois de ministrar a famílias que se sentiram ameaçadas por gangues criminosas de drogas, Seitz disse que é injusto negar asilo ou segurança para aqueles que buscam proteção fora de seus países de origem, especialmente quando as atividades das gangues são "apoiadas pelo nosso vício em drogas nos EUA".
No início desta semana, o papa Leão XIV se encontrou com Seitz; com o bispo auxiliar de El Paso, Anthony Celino; e Dylan Corbett, do centro Hope Border Institute, numa audiência privada na última quarta-feira (8) no Vaticano.
No encontro, o bispo Seitz divulgou um vídeo de quatro minutos e cartas escritas à mão por famílias migrantes expressando sua fé e também seus medos sobre o futuro.
“Eu disse: Santo Padre, estamos muito felizes em estar com o senhor”, disse Seitz, falando sobre o encontro. “Mais tarde, no encontro, o papa voltou a esse assunto e disse: Em questões de injustiça, a Igreja tem que se manifestar e, nisso, eu estou com o senhor”.




