17 de set de 2025 às 11:26
O patriarca da Igreja Apostólica Armênia, catholicos Karekin II, convidou o papa Leão XIV a visitar a Armênia. O convite foi feito num encontro entre os dois ontem (16) na residência papal em Castel Gandolfo.
O patriarca encontrou-se com o papa Leão pela primeira vez na Villa Barberini, a residência papal de verão com vista para o Lago Albano. O papa começou recentemente a passar as terças-feiras, o tradicional dia de folga do papa, em Castel Gandolfo, enquanto o Palácio Apostólico na Cidade do Vaticano passa por reformas.
Os dois discutiram a necessidade de uma paz baseada na justiça, segundo disse o arcebispo Khajag Barsamian, representante da Igreja Armênia junto à Santa Sé, em comentários à edição em língua armênia do Vatican Media.
O convite marcaria a continuação do diálogo ecumênico e da aproximação papal com a Armênia, o primeiro estado a adotar o cristianismo como religião oficial em 301 d.C. Karekin II já havia viajado ao Vaticano para encontros com João Paulo II, Bento XVI e Francisco.

João Paulo II foi o primeiro papa a pisar em solo armênio em 2001, para celebrar os 1,7 mil anos da herança cristã do país. O papa Francisco fez uma viagem de três dias à Armênia em 2016.
A Igreja Apostólica Armênia, às vezes conhecida como Igreja Ortodoxa Apostólica Armênia, é a igreja nacional da Armênia e parte da família das Igrejas Ortodoxas Orientais.
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Ela é diferente da Igreja Católica Armênia, muito menor, que está em plena comunhão com Roma. A Igreja Armênia rompeu formalmente com Roma depois do Concílio de Calcedônia, em 451, embora as relações tenham se aprofundado nas últimas décadas. Em 1996, João Paulo II e o então patriarca Karekin I assinaram uma declaração afirmando suas origens cristãs compartilhadas.

Karekin II também se encontrou em Roma com o cardeal Kurt Koch, prefeito da Dicastério para a Promoção da Unidade dos Cristãos, e o cardeal José Tolentino de Mendonça, prefeito do Dicastério para a Cultura e Educação. Ele rezou na Basílica de Santa Maria Maior, diante do túmulo do papa Francisco e do ícone mariano da Salus Populi Romani.
A primeira visita de Karekin II a Roma remonta foi em 2000, quando, recém-eleito, foi recebido por João Paulo II durante as celebrações do jubileu. Na ocasião, João Paulo II lhe presenteou com relíquias de são Gregório, o Iluminador, o santo padroeiro a quem se atribui a conversão do rei da Armênia ao cristianismo no século IV.
Os armênios em todo o mundo mantêm fortes laços com sua igreja, moldados em parte pelo genocídio de 1915, conhecido na Armênia como Medz Yeghern ("Grande Crime Maligno"). Historiadores estimam que cerca de 1,5 milhão de armênios foram mortos pelos turcos otomanos na época da Primeira Guerra Mundial, segundo a Associated Press. Em 2015, o papa Francisco disse que foi "primeiro genocídio do século XX", provocando fortes protestos da Turquia.
A Santa Sé ainda não anunciou nenhuma viagem internacional para o papa Leão XIV, embora muitos esperem que sua primeira viagem ao exterior seja de natureza ecumênica, uma viagem à Turquia para celebrar os 1.700 anos do Primeiro Concílio Ecumênico de Niceia.




