A Câmara dos Representantes do Uruguai aprovou ontem (12) um projeto de lei que visa permitir a eutanásia no país. A proposta legislativa agora segue para o Senado e, se aprovada, o Uruguai poderá se tornar o terceiro país da região a legalizar a prática.

O projeto de lei apresentado pela Frente Ampla, coalizão de esquerda, prevê que qualquer pessoa maior de 18 anos "que seja portadora de uma ou mais patologias ou problemas de saúde crônicos, incuráveis e irreversíveis que comprometam gravemente sua qualidade de vida, causando sofrimento insuportável" pode requerer morte assistida. Depois de longa sessão na Câmara dos Representantes, a proposta recebeu 64 votos a favor e 29 contra.

Entre os votos a favor estavam os de quase todo o bloco governista, além de deputados da oposição.

O projeto de lei, apresentado no início deste ano, foi aprovado no mês passado pela Comissão de Saúde da Câmara dos Representantes do Uruguai e recebeu ontem a aprovação do plenário da Câmara dos Representantes. Agora, busca aprovação na câmara alta da Assembleia Geral do Uruguai.

Se o projeto de lei receber a maioria dos votos positivos, o Uruguai se tornará o terceiro país da América Latina a permitir a eutanásia, depois da Colômbia e do Equador.

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A Igreja no Uruguai se manifestou contra o projeto de lei em várias ocasiões. Nos últimos dias, os bispos da Conferência Episcopal do Uruguai (CEU) publicaram uma mensagem em vídeo expressando um "firme não" ao projeto.

Entre seus argumentos, eles disseram que "a dignidade de cada pessoa é um dom absoluto, inalienável, que nunca se perde" e enfatizaram que "para Deus, cada vida é infinitamente amada e digna de todo o nosso cuidado".

“Nossa sociedade deve acolher, proteger e acompanhar cada pessoa até o fim de sua vida terrena”, disseram, enfatizando a urgência de “implementar a lei de cuidados paliativos para que nenhum uruguaio sofra desnecessariamente”.

Por fim, expressaram um "firme não à eutanásia" porque "causar a morte de uma pessoa doente é eticamente inaceitável".