6 de ago de 2025 às 09:49
Em mensagem no 80º aniversário do bombardeio atômico de Hiroshima, Japão, o papa Leão XIV pede à comunidade internacional que renove seu compromisso com a paz duradoura e o fim das armas nucleares.
As cidades de Hiroshima e Nagasaki, no Japão, foram bombardeadas em 6 e 9 de agosto de 1945 pelos EUA na Segunda Guerra Mundial. Foram as únicas vezes que armas nucleares foram usadas de fato em um conflito. Hoje há 12,3 mil armas nucleares no mundo. Os maiores arsenais são da Rússia e dos EUA, mas China, França e Reino Unido têm grandes arsenais. Paquistão, Índia, e Coreia do Norte têm armas nucleares e suspeita-se que Israel também, embora o país não confirme nem negue a informação.
“A verdadeira paz exige a coragem de depor as armas — especialmente as que têm a capacidade de causar catástrofes indizíveis”, disse o papa numa carta endereçada ao bispo de Hiroshima, Alexis M. Shirahama. “As armas nucleares ofendem a nossa comum humanidade e traem a dignidade da criação, cuja harmonia somos chamados a proteger”.
O núncio apostólico no Japão, arcebispo Francisco Escalante Molina, leu a mensagem de Leão XIV numa missa em Hiroshima, segundo o Vatican News, serviço oficial de informações da Santa Sé.
“Embora muitos anos tenham se passado, as duas cidades permanecem recordações vivas dos profundos horrores causados pelas armas nucleares”, disse o papa. “Suas ruas, escolas e habitações ainda carregam as cicatrizes, visíveis e espirituais, daquele fatídico agosto de 1945”.
Referindo-se à frase “a guerra é sempre uma derrota para a humanidade”, cunhada por seu antecessor, o papa Francisco, Leão XIV disse também que “num tempo marcado por crescente tensão e conflito global”, a memória de Hiroshima e Nagasaki “nos exorta a rejeitar a ilusão de uma segurança fundada na ameaça de destruição recíproca assegurada”.
“É, portanto, minha oração que esse aniversário solene sirva como um chamado à comunidade internacional para renovar seu compromisso de buscar uma paz duradoura para toda a nossa família humana”, concluiu o papa.
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Numa mensagem semelhante para o aniversário histórico, o presidente da Conferência dos Bispos Católicos dos EUA (USCCB, na sigla em inglês), arcebispo Timothy Broglio, pediu à comunidade internacional que renove seu compromisso com a paz global duradoura.
“Ao celebrarmos esse triste aniversário, reconhecemos a ameaça contínua das armas nucleares e sua proliferação”, disse Broglio, que também é chefe da arquidiocese para os Serviços Militares dos EUA.
“Devemos renovar nossos esforços para trabalhar pela conversão do coração necessária para um compromisso global com a paz duradoura e, portanto, a eliminação das armas nucleares”, disse ele, dizendo também: “Esta semana, vamos lembrar com oração as vítimas de Hiroshima e Nagasaki e instar os EUA e a comunidade internacional a trabalhar diligentemente pelo desarmamento nuclear em todo o mundo”.
Oitenta anos depois dos bombardeios de Hiroshima e Nagasaki, vários cardeais e arcebispos dos EUA estão visitando o Japão numa peregrinação coordenada pelo grupo Partnership for a World Without Nuclear Weapons (Parceria para um Mundo Sem Armas Nucleares).
O cardeal Blase Cupich, de Chicago; o cardeal Robert McElroy, de Washington, D.C.; o arcebispo Paul Etienne, de Seattle; e o arcebispo John C. Wester de Santa Fé, Novo México; lideram a delegação, com membros de várias universidades dos EUA e do Japão.
A visita de cinco dias começou ontem (5) com um painel de discussão na catedral Memorial da Paz Mundial, em Hiroshima. No próximo domingo (10), a peregrinação será encerrada com um diálogo ecumênico e um simpósio acadêmico na catedral de Urakami, em Nagasaki.




