11 de jul de 2025 às 10:55
O papa Leão XIV disse que os usuários de inteligência artificial (IA) são tão responsáveis como desenvolvedores por garantir que as inovações defendam a dignidade humana e o bem comum, em mensagem enviada ontem (10) aos participantes da Cúpula da Inteligência Artificial para o Bem 2025, que acontece em Genebra, Suíça.
"Embora a responsabilidade pelo uso ético dos sistemas de IA comece com aqueles que os desenvolvem, gerenciam e supervisionam, aqueles que os usam também compartilham essa responsabilidade", disse o papa em mensagem aos participantes do encontro global, que ocorre entre a última terça-feira (8) e hoje (11).
A carta, assinada pelo secretário de Estado da Santa Sé, cardeal Pietro Parolin, expressou o apelo de Leão XIV por “quadros regulamentares centrados na pessoa humana” e “ uma gestão ética adequada” das tecnologias de IA em níveis local e global.
“A humanidade está numa encruzilhada, enfrentando o imenso potencial gerado pela revolução digital impulsionada pela inteligência artificial”, disse o papa. “O impacto dessa revolução é de longo alcance, transformando áreas como educação, trabalho, arte, saúde, governança, forças armadas e comunicação”.
Apesar desses avanços globais, Leão XIV disse que cerca de 2,6 bilhões de pessoas que vivem em áreas rurais e de baixa renda não têm acesso nem mesmo às tecnologias básicas de comunicação.
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“Essa transformação histórica exige responsabilidade e discernimento para garantir que a IA seja desenvolvida e utilizada para o bem comum, construindo pontes de diálogo e promovendo a fraternidade, e assegurando que ela sirva os interesses da humanidade como um todo”, disse o papa.
Embora a IA possa fazer tarefas específicas, simular o raciocínio humano ou aprimorar tecnicamente a cooperação global com velocidade e eficiência, Leão XIV disse que ela " não pode replicar o discernimento moral ou a capacidade de formar relações genuínas”.
“Em última análise, nunca devemos perder de vista o objetivo comum de contribuir para essa tranquillitas ordinis – a tranquilidade da ordem, como a chamou santo Agostinho (De Civitate Dei)”, disse o papa. “E promover uma ordem mais humana das relações sociais e sociedades pacíficas e justas a serviço do desenvolvimento humano integral e do bem da família humana”.
Poucos dias depois do início de seu pontificado, em seu primeiro encontro com o Colégio dos Cardeais em 10 de maio, Leão XIV disse que a IA é “outra revolução industrial” que “traz novos desafios para a defesa da dignidade humana, da justiça e do trabalho”.




