23 de jun de 2025 às 16:57
Os bispos da província eclesiástica de Onitsha, Nigéria, condenaram os recentes ataques terroristas no Estado de Benue, que mataram cerca de 200 pessoas, e pediram jejum e orações pelas vítimas.
Em comunicado divulgado em 18 de junho, os bispos denunciaram o “derramamento de sangue quase diário” no país da África ocidental, como o recente assassinato horrível de civis por terroristas, que seriam pastores de animais, em 13 de junho e ataques semelhantes em 15 de junho.
“Estamos profundamente angustiados e chocados com este derramamento implacável de sangue inocente em diferentes partes do nosso amado país, a Nigéria”, disseram os bispos. “Descrevemos esses atos como desumanos, bárbaros e uma grave violação da santidade e da dignidade da vida humana”.
Eles pediram ao governo nigeriano para cumprir seu dever de proteger os cidadãos e exigem que o Estado tome medidas urgentes.
“Pedimos ao governo nigeriano para que ponha imediatamente fim ao derramamento de sangue quase diário”, disseram eles. “E restaure a segurança, a justiça e a paz na Nigéria”.
Os bispos da arquidiocese de Onitsha e das dioceses de Abakaliki, Awgu, Awka, Ekwulobia, Enugu, Nnewi e Nsukka disseram que, como líderes espirituais, querem que o povo de Deus sob o seu cuidado pastoral procure a intervenção divina em meio à violência e os assassinatos.
“Deus é a nossa esperança e a nossa esperança não pode nos decepcionar”, disseram eles.
Os bispos declararam 20 de junho um dia especial de oração e jejum.
“Convidamos todos os padres e religiosos da nossa província a observar o dia de jejum”, disseram os bispos. “E dedicar suas santas missas, rosários e ofício divino a esta nobre intenção”.
Em 13 de junho, terroristas islâmicos da etnia fulani atacaram a cidade de Yelewata, em Benue, cerca de 200 pessoas no que organizações internacionais de ajuda humanitária chamaram de "pior onda de assassinatos" na região nigeriana.
Os agressores tiveram como alvo cristãos que viviam como deslocados internos, incendiando prédios onde as famílias estavam se abrigando e atacando com facões qualquer um que tentasse fugir.
Os bispos da província eclesiástica de Abuja, Nigéria, transmitiram condolências ao bispo Wilfred Chikpa Anagbe, da diocese de Makurdi, e ao povo de Benue depois do massacre.
“Estamos profundamente entristecidos… e expressamos nossas condolências às famílias enlutadas”, disseram os bispos em 18 de junho. “Esse tipo de ataque… só intensificará o medo, o ódio e a polarização na sociedade. Os ataques contra pessoas inocentes são um pecado contra Deus, que oferece a vida como um dom divino”.
Os bispos, entre eles os ordinários da arquidiocese de Abuja e os bispos ordinários de Gboko, Idah, Katsina-Ala, Lafia, Lokoja, Makurdi e Otukpo, pedem às “autoridades relevantes para garantir que os autores desses crimes hediondos sejam levados à justiça”.
O arcebispo de Lagos, Alfred Adewale Martins, declarou ontem (22) um dia de oração pela paz e protesto contra os massacres, particularmente aqueles nos Estados de Benue e Enugu.
Em carta às instituições de sua sede metropolitana emitida em 18 de junho, o arcebispo Alfred Adewale Martins ordenou que todos os padres de Lagos celebrassem a missa ontem nessa intenção.
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Ele disse também que procissões do terço serão feitas nas igrejas à noite, lideradas por grupos devocionais marianos, para invocar a intercessão de Nossa Senhora, Rainha da Paz.
O arcebispo de Lagos enfatiza que o dia de oração e protesto é uma expressão pacífica de indignação e um clamor por responsabilização do governo.
“A terra está cansada de beber sangue inocente”, disse ele em 18 de junho.
“A convicção de ter sido deliberadamente alvejado paira no ar”, disse também o arcebispo. “As pessoas precisam ter a garantia de que estão seguras e protegidas, independentemente de onde vivam dentro das fronteiras do nosso país”.
Ele uniu sua voz à de Leão XIV, que, no Ângelus de domingo, 15 de junho, condenou o massacre e rezou pelas vítimas.
“Agradecemos ao nosso Santo Padre… por chamar a atenção do mundo para o massacre de Benue…”, disse Adewale. “Vamos todos, em uma só voz, apelar às agências de segurança e aos governos… para que não desviem o olhar do sofrimento do povo de Benue”.
Em meio ao derramamento de sangue e à frustração pública, Hyacinth Iormem Alia, governador do estado de Benue, um padre que o bispo de Gboko, William Amove Avenya, suspendeu em maio de 2022, rejeitou os crescentes apelos para que os cidadãos se armem em legítima defesa.
Falando ao portal de notícias AIT News em 17 de junho, Alia disse que a tentação de pegar em armas pode parecer lógica.
“Cada vez que falo sobre isso, fico muito entusiasmado”, disse ele. “Mas estou orientando os cidadãos com cautela”, disse ele.
“Não é aconselhável que vocês digam só que vamos pegar facas, facões e paus e sair por aí para lutar”, disse também o governador. “Isso não é bom”.
“Quando há pessoas que decidem simplesmente acordar por causa de sentimentos e emoções ligados ao que está acontecendo conosco e dentro de nós, acho que nos tornaremos mais vulneráveis”, disse Avenya. “Portanto, eu não recomendaria a autodefesa”.
Em vez disso, ele pediu aos cidadãos que se concentrassem no policiamento comunitário, que ele disse ser a “única maneira” de lidar com as ameaças à segurança local de forma eficaz.
“Sou um dos governadores que aceitou isso”, disse também Avenya. “Se for policiamento comunitário, todo o poder reside naqueles que entendem o terreno onde somos atacados, que conhecem a extensão e a largura das nossas fronteiras”.