23 de jun de 2025 às 15:27
O número de mortos num ataque à igreja ortodoxa grega Mar Elias na Síria, subiu para 22, com 59 feridos, segundo o ministério da Saúde do país. O ataque ocorreu ontem à noite (22) numa Divina Liturgia com a presença de cerca de 400 fiéis em Damasco.
Testemunhas oculares disseram que dois homens armados invadiram a igreja. Um deles ficou do lado de fora, atirando contra os fiéis e contra os vitrais da igreja, enquanto o segundo tentou entrar na igreja e detonar uma granada.
Dois paroquianos, Jiris e Boutros Bishara, intervieram e conseguiram arrancar o artefato explosivo do segundo homem, impedindo uma detonação imediata. No entanto, ao ser arrastado para fora, o terrorista detonou seu colete com explosivos, matando e ferindo dezenas de pessoas.
Esse é o primeiro ataque com motivação religiosa a cristãos na Síria desde a queda do regime do ex-presidente Bashir Asad, há pouco mais de seis meses.
“Permanecer em silêncio sobre o que antes era descrito como incidentes isolados nos levou a este exato momento”, disse o padre Melatios Shtahi, da Igreja ortodoxa grega, falando da cena do atentado. “Não estou surpreso”.
O patriarcado ortodoxo grego de Antioquia pediu às autoridades para que assumam total responsabilidade pela proteção dos locais de culto e pela segurança de todos os cidadãos. O patriarca de Antioquia, João X, tem mantido contato com líderes locais e regionais para "transmitir essa imagem sombria de Damasco para o mundo inteiro e exigir o fim desses massacres".
Receba as principais de ACI Digital por WhatsApp e Telegram
Está cada vez mais difícil ver notícias católicas nas redes sociais. Inscreva-se hoje mesmo em nossos canais gratuitos:
O patriarcado greco-católico melquita disse que o ataque faz parte de um aumento alarmante na tensão sectária na Síria e reflete as crescentes ameaças às vidas dos cristãos e ao seu direito de adorar livremente.
O patriarca ortodoxo siríaco Inácio Afrém II expressou ao patriarca João X sua esperança por uma investigação rápida e transparente sobre o incidente.
O patriarca maronita, cardeal Bechara Boutros al-Rai, disse: “Atacar os cristãos no Oriente é uma afronta à própria estrutura desta região, que agora enfrenta ameaças existenciais às suas civilizações, culturas e patrimônio de diversidade”.
“Os cristãos não temem a intimidação nem se rendem ao ódio”, disse o patriarcado católico armênio. “O sangue dos mártires de ontem é um clamor retumbante pela verdade diante da injustiça”.
O patriarca ortodoxo grego de Jerusalém, Teófilo III, disse que o ataque foi “um ato bárbaro que não é só um ataque aos cristãos na Síria, mas também uma ferida profunda à dignidade de toda a humanidade”.
“Esse ataque visa semear a divisão e expulsar pessoas inocentes de suas casas”, disse o patriarca católico siríaco, Inácio José III Younan. “É um claro ato de terrorismo tramado pelas forças das trevas”.