20 de jun de 2025 às 15:36
A freira María Zhang Yue Chun fez seus votos perpétuos no convento das Irmãs Agostinianas Recoletas em Vitigudino, Salamanca, Espanha, no dia 13 de maio. Sua prioresa, irmã Berta, diz que ela é "um exemplo" para sua comunidade.
Nascida em Shangqiu, China, María viveu sem qualquer vínculo com o catolicismo. Era casada e cuidava de seus cinco filhos. A ajuda que recebeu de uma comunidade de agostinianos recoletos ativos numa doença grave abriu seus olhos para a fé.
Em 1º de julho de 2007, ela foi batizada com suas quatro filhas. Seu marido e filho seguiram seus passos no Natal daquele ano. No ano seguinte, María ficou viúva. Suas filhas gradualmente se juntaram a uma comunidade de freiras agostinianas na China presente no país asiático desde 1931. Em 25 de abril, seu único filho foi ordenado sacerdote agostiniano.
Desde a morte do marido, María quis viver como freira contemplativa. As freiras agostinianas na China não têm uma comunidade com essa natureza, assim, em 2015, María deixou seu país. Ela foi especialmente auxiliada por uma de suas filhas, que também faz parte de uma comunidade agostiniana na Espanha.
Algumas comunidades rejeitaram sua incorporação, principalmente por já ter 56 anos à época e por não falar espanhol.
Com o apoio de um padre chinês e a ajuda de um tradutor eletrônico, ela chegou ao convento de Vitigudino. A prioresa, irmã Berta Feijó, disse à ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI, como foi esse primeiro contato, quando lhe foi permitido vivenciar o mosteiro dentro de seus muros: "Aos poucos, ela aprendeu o essencial para a nossa vida contemplativa e se adaptou. O que vimos nela foi que estava sempre sorridente e feliz".
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A prioresa, que é peruana, diz que a irmã María "é um exemplo para a comunidade de vida dedicada, de recolhimento, de irmandade também porque é atenta ao serviço", especialmente para as freiras mais velhas do convento, todas na faixa dos noventa anos.
A comunidade é composta por 16 irmãs de quatro continentes diferentes: cinco são espanholas, sete são da Tanzânia e as demais são da Guatemala, do Peru, da Venezuela e da China.
Apesar das dificuldades com a língua, a irmã Berta diz que a irmã María demonstrou determinação: “Ela nunca vacilou, nunca pareceu triste, nunca reclamou de nada, sempre esteve feliz até agora”. A primeira coisa que aprendeu a dizer em espanhol é que estava feliz.
María recebeu o véu branco de noviça em 2017 e três anos depois fez seus votos temporários, numa cerimônia na qual foi acompanhada por uma de suas filhas, a irmã María Sun Shen, que cantou para Nossa Senhora em sua língua nativa no fim da missa.
Em 13 de maio, depois de expressar publicamente sua total devoção e invocar os santos com sua ladainha, a irmã María prostrou-se no chão em sinal de humildade, enquanto duas irmãs a cobriam com pétalas de rosas.