O papa Leão XIV autorizou hoje (20) a promulgação do decreto que reconhece as virtudes heroicas do servo de Deus João Luiz Pozzobon, diácono permanente e pai de família, iniciador da Campanha da Mãe Peregrina, do Movimento Apostólico de Schoenstatt, no Rio Grande do Sul. Pozzobon é venerável e agora é necessário o reconhecimento de um milagre por sua intercessão para ser beatificado.

Segundo o Movimento de Schoenstatt, o decreto que reconhece as virtudes heroicas de Pozzobon “é um atestado oficial do Vaticano de que essa pessoa não apenas foi boa, mas que viveu as virtudes como fé, caridade, esperança, justiça, prudência de forma heroica, mesmo à custa de grandes sacrifícios”.

Um possível milagre por sua intercessão “já está sendo examinado pelos peritos e pelos cardeais responsáveis pelas causas dos santos”, disse o movimento. Trata-se de um fato, não divulgado, que aconteceu na arquidiocese de Santa Maria (RS) e que, segundo o movimento, já passou pelo escrutínio de peritos locais. O processo foi concluído pela arquidiocese e enviado para a Santa Sé em fevereiro deste ano.

A publicação do decreto que reconhece João Luiz Pozzobon como venerável acontece em um período em que fiéis celebram uma novena pelo aniversário de 40 anos da morte do diácono, a ser celebrado em 27 de junho. Além disso, coincide com o ano em que o Movimento Apostólico de Schoenstatt comemora os 75 anos da Campanha da Mãe Peregrina.

Quem foi João Luiz Pozzobon

O diácono João Luiz Pozzobon nasceu em 12 de dezembro de 1904, na localidade de Ribeirão, atual município de São João do Polêsine (RS), e desde pequeno foi educado na fé católica. Casou-se com Theresa Turcato, com quem teve dois filhos. Tempos depois, ela morreu de tuberculose. Aconselhado por um sacerdote, casou-se novamente com Vitoria Filipetto, com quem teve cinco filhos.

Participava de um grupo de homens, no início do Movimento Apostólico de Schoenstatt, em Santa Maria, e recebia a formação schoenstattiana sob orientação do sacerdote palotino Celestino Trevisan.

Em 10 de setembro de 1950, recebeu no santuário em Santa Maria a imagem da Mãe, Rainha e Vencedora Três Vezes Admirável de Schoenstatt, para com ela visitar as famílias. Tratava-se de uma iniciativa da família de Schoenstatt em preparação para a proclamação do dogma da Assunção de Nossa Senhora, em 1º de novembro daquele ano. Mas, mesmo depois que acabou esse projeto, Pozzobon pediu para continuar peregrinando com a imagem.

João Pozzobon exerceu o seu apostolado de levar a Mãe Peregrina às famílias todos os dias, por 35 anos, até a sua morte em 27 de junho de 1985. Ele percorreu com a imagem 140 mil km.

Pozzobon também visitou escolas, hospitais, presídios. Era atento às necessidades materiais e, sobretudo, espirituais das pessoas. Em 1954, crio a vila Nobre da Caridade, um local para famílias mais pobres morarem.

Em 1959, a campanha com a visita da imagem peregrina às famílias já estava bem difundida.  Então, surgiu a iniciativa das pequenas imagens peregrinas, réplicas da imagem original que circulam por várias famílias, como é até hoje.

Atualmente, a Campanha da Mãe Peregrina está presente em vários países, em todos os continentes.

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Foi ordenado diácono permanente em 30 de dezembro de 1972. Morreu em Santa Maria, em 27 de junho de 1985.

Em 12 de dezembro de 1994, o então bispo de Santa Maria, dom Ivo Lorscheider, iniciou o processo de beatificação de João Luiz Pozzobon. Sua causa de beatificação leva o nome “servo de Deus João Luiz Pozzobon, pai de família e diácono permanente”. Pozzobon pode vir a se tornar o primeiro beato diácono permanente, depois que esse tipo de diaconato foi restabelecido pelo Concílio Vaticano II.

Outros decretos

Além das virtudes heroicas de João Luiz Pozzobon, o papa Leão XIV também autorizou a promulgação dos decretos relativos a 175 novos beatos e outros três veneráveis:

- O milagre pela intercessão do venerável servo de Deus Salvador Valera Parra, sacerdote diocesano, arcipreste e pároco de Huércal-Overa, Espanha, nascido em 27 de fevereiro de 1816, em Huércal-Overa, e morto em 15 de março de 1889;

- O martírio do servo de Deus Manuel Izquierdo Izquierdo, sacerdote diocesano, e 58 companheiros da diocese de Jaén, na Espanha, mortos entre 1936 e 1938, por ódio à fé, em diferentes lugares da Espanha, no contexto da Guerra Civil Espanhola;

- O martírio dos servos de Deus Antonio Montañés Chiquero, sacerdote diocesano, e 64 companheiros da diocese de Jaén, Espanha, mortos entre 1936 e 1937, por ódio à fé, em diferentes lugares da Espanha, no contexto da mesma perseguição;

- O martírio dos servos de Deus Raimond Cayré, sacerdote diocesano, Gerard Martin Cendrier, religioso professo da Ordem dos Frades Menores, Roger Vallée, seminarista, Jean Mestre, fiéis leigos, e 46 companheiros, mortos entre 1944 e 1945 por ódio à fé durante a Segunda Guerra Mundial;

Mais em

- As virtudes heroicas do servo de Deus Raffaele Mennella, clérigo professo da Congregação dos Missionários dos Sagrados Corações, nascido em 22 de junho de 1877 em Torre del Greco, na Itália, e ali morto em 15 de setembro de 1898;

- As virtudes heroicas da serva de Deus Teresa Tambelli (nascida Maria Olga), religiosa professa das Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo, nascida em 17 de janeiro de 1884 em Revere, Itália, e morta em 23 de fevereiro de 1964 em Cagliari, Itália;

- As virtudes heroicas da serva de Deus Anna Fulgida Bartolacelli, fiel leiga, da Associação das Operárias Silenciosas da Cruz, nascida em 24 de fevereiro de 1928 em Rocca Santa Maria, Itália, e morta em 27 de julho de 1993 em Formigine, Itália.