18 de jun de 2025 às 14:41
“A festa de Corpus Christi, solenidade litúrgica, nos quadros do calendário da arquidiocese de Curitiba, reveste-se de uma singularidade única”, disse a ACI Digital o arcebispo de Curitiba, dom José Antonio Peruzzo. A solenidade que se celebra amanhã (19) “é o grande evento de expressão da catolicidade” da Igreja em Curitiba.
Para a arquidiocese, é a maior celebração de Corpus Christi “do Brasil de que se tem registro e uma das maiores do mundo, tanto pelo número de participantes quanto pela extensão e riqueza dos tapetes”. São esperados mais de 120 mil fiéis.
Segundo dom Peruzzo, “a presença do corpo do Senhor Jesus Cristo nas espécies consagradas, tem uma força tal, porque resgata a autoestima dos católicos por serem católicos”. “É este o grande traço” na “expressão de catolicidade comum dos curitibanos, a expressão em linguagem exteriorizada” seja na “liturgia, nos gestos” e no “grande tapete de 2km confeccionado por mais de 128 equipes”.
“Cada equipe se reúne seis meses antes para delinear o desenho que vai esculpir ou que vai pintar ou que vai modelar sobre a estrada, sobre o asfalto. São sonhos, são imaginações, são fantasias, são diálogos, são sugestões, palavras pronunciadas, palavras ouvidas, arte desenvolvida”, disse o arcebispo. “Tudo para que em Curitiba se possa dizer: Quanto é grande o amor dos católicos curitibanos pela Santa Eucaristia”.
Este ano, o evento em Curitiba traz como tema “Jesus Eucarístico: nossa esperança! Eu creio!”, referente ao Jubileu Ordinário do Ano Santo de 2025 e terá dez horas de programação em frente à catedral de Curitiba, iniciando às 8h com a confecção de 128 tapetes de Corpus Christi em um percurso de 2km.

Às 9h, os bispos auxiliares de Curitiba, dom Reginei Modolo e dom Adenis Roberto de Oliveira vão visitar os hospitais e instituições sociais com o Santíssimo Sacramento. A partir das 14h, haverá momentos de louvor em frente à catedral de Curitiba com artistas católicos e às 15h, o ponto alto da festividade, a missa solene de Corpus Christi, celebrada pelo arcebispo de Curitiba, dom José Antonio Peruzzo. Em seguida, terá a procissão com o Santíssimo até a praça Nossa Senhora de Salete, em frente ao Palácio Iguaçu e às 17h40, chegada da procissão com a bênção do Santíssimo. O evento termina às 18h, com o show musical do padre Reginaldo Manzotti.
Apresentações teatrais
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A festa de Corpus Christi 2025 em Curitiba também terá seis apresentações teatrais durante a procissão de Corpus Christi na Avenida Cândido de Abreu, encenadas por grupos de teatro amadores das comunidades paroquiais de Curitiba. As cenas são “inspiradas em momentos do ministério de Jesus Cristo nos quais a esperança se manifestou de forma marcante: o anúncio do anjo a José, a ressurreição da filha de Jairo, a cura do cego Bartimeu, a entrega de Jesus na cruz, Sua ressurreição e uma representação baseada na Carta a Timóteo, que fala sobre o bom combate e a perseverança na fé”, disse a arquidiocese à ACI Digital.
Ações evangelizadoras
A arquidiocese de Curitiba ainda realizará durante todo o dia de Corpus Christi quatro ações evangelizadoras que favoreçam a vivência da fé dos fiéis, como: a Praça da Misericórdia, a Tenda da Esperança, o Pão e Palavra e Pão para todos.
A ‘Praça da Misericórdia’, segundo a arquidiocese, é um local na praça 19 de dezembro onde os padres farão o atendimento das confissões dos fiéis durante toda a manhã. A ‘Tenda da Esperança’ é um espaço para adoração ao Santíssimo Sacramento a partir das 8h. O ‘Pão e Palavra’ é uma ação dos diáconos, religiosos e seminaristas de Curitiba às pessoas em situação de rua, onde são oferecidos alimentos e um momento de escuta e aconselhamento. O ‘Pão para todos’ é uma campanha da solidariedade que visa arrecadar 10 toneladas de alimentos durante a celebração de Corpus Christi.
Solenidade de Corpus Christi
A solenidade de Corpus Christi teve origem no século XIII, na Bélgica, quando a freira santa Juliana de Liège teve visões místicas em que Jesus pedia uma festa dedicada à Eucaristia. O fato chegou ao conhecimento das autoridades eclesiásticas locais, incluindo o arquidiácono em Liége, Tiago Pantaleão de Troyes, que mais tarde se tornou o papa Urbano IV. Foi este papa que, em 1264, instituiu a solenidade de Corpus Christi como festa de preceito para a Igreja universal, na quinta-feira sucessiva ao Pentecostes, com a bula Transiturus de hoc mundo.
Foi também Urbano IV que vivenciou outra experiência importante para a festa de Corpus Christi, o milagre eucarístico de Orvieto. Em 1263, um ano antes da publicação da bula Transiturus de hoc mundo, um padre alemão chamado Pedro de Praga tinha dificuldades em acreditar na presença real de Cristo na hóstia consagrada. Após uma peregrinação a Roma, parou na cidade de Bolsena onde, ao celebrar a missa sobre o túmulo de santa Cristina, a hóstia sagrada sangrou e gotas de sangue caíram sobre o corporal.
Ao saber do ocorrido, Urbano IV, que estava em Orvieto, ordenou que o corporal com as manchas de sangue fosse levado até ele. Isso foi feito em procissão e, quando o papa encontrou na entrada da cidade, pronunciou diante da relíquia eucarística as palavras: “Corpus Christi”. O coordenador geral da organização do Corpus Christi na arquidiocese de Curitiba (PR), padre Juarez Rangel disse a ACI Digital que naquele momento “o objetivo não era fazer um Corpus Christi [como celebramos hoje], mas no decorrer do tempo, nós lemos que isso foi também uma primeira procissão”.




