3 de jun de 2025 às 13:41
O papa Francisco doou o papamóvel que usou em sua visita a Belém, na Cisjordânia, em maio de 2014 para ser convertido numa clínica móvel para crianças na Faixa de Gaza.
A iniciativa de doação foi confiada pessoalmente pelo papa argentino à Cáritas Jerusalém nos últimos meses de sua vida para responder à grave emergência humanitária em Gaza, onde quase um milhão de crianças deslocadas vivem sem acesso a alimentos, água limpa ou cuidados médicos básicos em meio ao conflito com Israel.
O conflito começou em 7 de outubro de 2023, quando terroristas do grupo radical islâmico Hamas, que controla a Faixa de Gaza, invadiram Israel, mataram cerca de 1,2 mil pessoas e sequestraram centenas de israelenses, 58 dos quais, vivos e mortos, ainda são mantidos reféns por terroristas na Faixa de Gaza.
A fronteira entre Gaza e o Egito está fechada e o veículo, reformado e equipado com equipamentos médicos essenciais, ainda não conseguiu entrar.
"Ainda estamos trabalhando em coordenação com agências governamentais para levar o papamóvel a Gaza”, disse Harout Bedrossiam, assessor de imprensa da Cáritas Jerusalém, à ACI Prensa, agência em espanhol do Grupo ACI. “Mas as fronteiras permanecem fechadas e, na minha opinião, isso não será possível num futuro próximo".
Bedrossiam diz que, embora alguma ajuda humanitária esteja chegando, "ela é controlada por pontos de distribuição militar". Ele lamenta que ela "não seja eficaz" porque "a situação é muito caótica".
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Um dos principais problemas que a Cáritas enfrenta em campo é a escassez de autorizações emitidas pelo governo de Israel para entrar em Gaza.
"Obter autorizações de entrada em Gaza de Israel é um processo muito árduo e demorado”, disse Bedrossian. “Do Egito, é um pouco mais fácil, mas, como eu disse, todas as fronteiras estão fechadas no momento".
A ajuda humanitária à população de Gaza está chegando aos poucos, mas não sem problemas sérios que podem ter levado a um derramamento de sangue no último domingo (1º), segundo o Hamas.
Segundo o relato, apoiado pela organização não-governamental internacional Médicos Sem Fronteiras e pelo Crescente Vermelho, equivalente à Cruz Vermelha nos países muçulmanos, soldados israelenses abriram fogo contra um centro de distribuição de ajuda da Fundação Humanitária de Gaza (GHF, na sigla em inglês), matando pelo menos 31 pessoas.
A GHF nega a informação e diz que a ajuda foi distribuída sem incidentes.