O bispo emérito de Leiria-Fátima, Portugal, cardeal António Marto, disse que o pontificado de Francisco foi de “renovação, reforma e coragem”, que “deu prioridade à evangelização antes da doutrina”.

O cardeal Marto é um dos quatro cardeais portugueses eleitores no próximo conclave. Além dele podem votar e ser votados para papa os cardeais Manuel Clemente, José Tolentino e Américo Aguiar.

Em 2017, dom António Marto recebeu o papa Francisco em Fátima, por ocasião do centenário das aparições de Nossa Senhora de Fátima e da canonização dos pastorinhos Francisco e Jacinta Marto.

“Recordo o momento em que ele anuiu a que a canonização fosse realizada em Fátima e não em Roma”, disse o cardeal, segundo o site oficial do santuário de Fátima. “Já aqui, no final das celebrações de 13 de maio, durante a Procissão do Adeus, tocou-me o fato de ele, com as lágrimas a brilharem-lhe nos olhos, também ter pegado num lenço como todo o povo. Ele saiu daqui comovido e entusiasmado”.

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O bispo emérito lembrou também a segunda ida de Francisco a Fátima, em 2023, quando esteve em Portugal para a Jornada Mundial da Juventude de Lisboa. Na ocasião, disse, Francisco deixou uma mensagem que se resumiu “a um apelo a uma Igreja de portas abertas, onde todos têm lugar”.

“É uma mensagem inesquecível! Nunca mais se poderá voltar atrás nesta imagem da Igreja que ele nos deixou. Foi, de fato, um pai e um profeta para a Igreja e para o mundo”, disse.

O cardeal Marto destacou que Francisco falou “de uma Igreja ‘hospital de campanha’, sempre pronta a acolher os feridos e a curar as feridas”. Também falou “de uma ‘Igreja em saída’ às periferias geográficas e existenciais, e de uma ‘Igreja aberta e de portas abertas’, que a todos acolhe, sem julgar”.

“Depois, esteve muito atento ao fenômeno migratório e às divergências do mundo de hoje, muito fragmentado e dividido, apresentando a fraternidade universal e a da amizade social como caminho para a paz, apelando à ‘cultura do diálogo e do encontro’”, acrescentou.